sábado, 5 de janeiro de 2008

Sturm und drang!


Hoje comecei a ler "Os sofrimentos do jovem werther". Já tinha lidouma parte antes, mas comecei novamente decidido a terminar.
Bom, é bem provável que em breve eu vos escreva falando sobre o livro e seu autor, então achei que seria interessante pesquisar e trazer pra cá um pouco de informações (bem pouco) sobre o momento em que a obra está inserida.

Goethe foi um dos maiores nomes do movimento Sturm und Drang ("tempestade e paixão" ou "tempestade e ímpeto", em alemão), que questionava o desencantamento típico do século XVIII e XIX trazido pelo iluminismo e bem mais tarde pelo positivismo. O pensamento que nascia na época buscava na ciência e na razão humanas as respostas para os questionamentos da vida, abandonando a religião e as crenças ancestrais, rotuladas como superstições.
O movimento surgido então na Alemanha se propôs a resgatar um ideal de arte e mesmo de vida que vinha sendo abandonado. E foi na época medieval e na antiguidade da europa setentrional que ele buscou suas fontes.
Os seguidores do estilo desprezavam a poesia francesa, tão rebuscada e racional, em contrapartida valorizavam a lírica popular, os versos das sagas nórdicas e germânicas, a poesia bíblica. Para os românticos alemães a poesia devia ser vivaz, pulsante, violenta! Deveria ser a expressão dos instintos humanos, com toda a sua impetuosidade e fúria! Esse ideário influenciou grande parte da cultura alemã de seu tempo, não só a literatura, e tempos posteriores.

Particularmente gosto dessa visão emotiva, embora não aceite tanto negação ao racionalismo... Aurea mediocritas... a razão tem seu espaço mas a poesia é como o amor, deve ser vibrante e intensa. Quando tentamos ser comedidos demais acabamos perdendo o verdadeiro foco das paixões, é mais proveitoso sentir intensamente o momento (lembrando que o equilíbrio é importante!). Pense com a cabeça, sinta com o coração. Não tente inverter.
Mas afinal, são apenas as impressões de um garoto.

Até breve, senhores!
Pensamento do dia: "Séria é a vida. Jovial é a arte." - Friedrich von Schiller

Um comentário:

Ilana Kenne disse...

Essa história de racionalismo x sentimentalismo me causa muita discussão interna. O texto me tocou. Mas há alguém no mundo que possa dizer que é bem resolvido quanto a isso? Me conforta muito pensar que não.


Quanto a Werther, achei um pouco decepcionante. Agora me explica como diabos alguém conseguiu se matar por causa daquele livroooo? =O
Elenão sofre tanto assim,tb.Nada que alguém não possa suportar. Werther é quase um personagem de drama mexicano. (Ai,peguei pesado. =P)