Manoel Bandeira disse que os corpos se entendem, mas as almas não. Com o perdão do poeta, eu discordo. Não consigo ver essa separação, somos um inteiro, corpo e alma, e só agimos de modo completo com um e outro.
Apesar disso, sabe-se lá porquê, com o tempo nos acostumamos a viver em parte. Amamos aos pedaços, muitas vezes como Bandeira imaginou (talvez de maneira menos poética, porém), só com os corpos. Ou então, nos contentamos com um amor platônico, que não deixa de ser amor pela metade. Mas isso não é o mais dramático. A grande tragédia é o sofrer incompleto e, principalmente, a tristeza de sofrer só com a alma. Um mal - tipicamente masculino, mas não exclusivo - que revela toda desumanidade de que se é capaz. Afinal, imagino que não há nada mais humano do que chorar, armar um barraco e ficar um tanto desequilibrado quando se machuca. Isso é normal. Assustador e ser frio, incapaz de botar nada pra fora, mesmo que o coração esteja prestes a arrebentar o peito. Nós sim, somos os anormais.
O sintoma dessa doença? Os olhos secos e um inexplicável desejo de dormir.
Apesar disso, sabe-se lá porquê, com o tempo nos acostumamos a viver em parte. Amamos aos pedaços, muitas vezes como Bandeira imaginou (talvez de maneira menos poética, porém), só com os corpos. Ou então, nos contentamos com um amor platônico, que não deixa de ser amor pela metade. Mas isso não é o mais dramático. A grande tragédia é o sofrer incompleto e, principalmente, a tristeza de sofrer só com a alma. Um mal - tipicamente masculino, mas não exclusivo - que revela toda desumanidade de que se é capaz. Afinal, imagino que não há nada mais humano do que chorar, armar um barraco e ficar um tanto desequilibrado quando se machuca. Isso é normal. Assustador e ser frio, incapaz de botar nada pra fora, mesmo que o coração esteja prestes a arrebentar o peito. Nós sim, somos os anormais.
O sintoma dessa doença? Os olhos secos e um inexplicável desejo de dormir.