domingo, 31 de agosto de 2008

Proibida pra mim



Proibida Pra Mim

Zeca Baleiro

Composição: Charlie Brown Jr.

Ela achou
O meu cabelo engraçado
Proibida pra mim no way
Disse que não podia ficar
Mas levou a sério o que eu falei...

Vou fazer de tudo que eu puder
Eu vou roubar essa mulher pra mim
Eu posso te ligar a qualquer hora
Mas eu nem sei o seu nome!

Se não eu?
Quem vai fazer você feliz?
Se não eu?
Quem vai fazer você feliz?
Guerra!...

Eu me flagrei pensando em você
Em tudo que eu queria te dizer
Em uma noite especialmente boa
Não há nada mais
Que a gente possa fazer...

Vou fazer de tudo que eu puder
Vou roubar essa mulher pra mim
Eu posso te ligar a qualquer hora
Mas eu nem sei o seu nome!...

Se não eu?
Quem vai fazer você feliz?
Se não eu?
Quem vai fazer você feliz?
Guerra!...

Eu me flagrei pensando em você
Em tudo que eu queria te dizer
Em uma noite especialmente boa
Não há nada mais
Que a gente possa fazer...

Vou fazer de tudo que eu puder
Eu vou roubar essa mulher pra mim
Eu posso te ligar a qualquer hora
Mas eu nem sei o seu nome!...

Se não eu?
Quem vai fazer você feliz?
Se não eu?
Quem vai fazer você feliz?
Guerra!...

Direita, só pra ser escroto.

O fim último de um sistema ideológico é, ou ao menos deveria ser, elevar as sociedades a níveis mais altos de felicidade. A diferença entre eles é o modo como eles pretendem atingir isso. E também como eles definem felicidade. Ao menos essa é a conclusão a que eu cheguei até agora.

O objetivo é o mesmo, mas prefiro a da direita.

Eu me considero um cara de direita. Só que eu detesto essas pessoas que são de direita só por escrotidão. Tá, eu sei que é divertido assumir posições meio autoritárias e dá um prazer sádico ver a repressão policial caindo sobre um grupo de jovens sonhadores, que protestam contra os bancos internacionais depois de um McLanche feliz com Coca-cola. Mas tem gente que é de direita só por isso. Só pra parecer durão e malvado. Por favor, não confundam direitismo (se é que isso existe) com conservadorismo cego ou conformismo. Comemorar o 31 de março de 64 não é ser de direita de verdade!

Eu andei mudando algumas visões que eu tinha. Mas isso é normal. Eu já fui do totalitarismo extremo ao anarcoliberalismo. Hoje o que eu venho tentando é assumir uma posição mais moderada. Todo radicalismo é, no mínimo, burro.

Vejam, quem me ouve falando, pode até achar que eu sou uma viúva da ditadura, burguês elitista ou um capitalista sem coração. Mas acreditem ou não, eu realmente acredito no que está escrito no primeiro parágrafo deste post. Sistemas político-econômicos devem existir para tornar a vida das pessoas melhor. Eu defendo sim privatizações, um Estado de proporções reduzidas, o conservadorismo moral (ao menos dentro da nossa sociedade), a autonomia do indivíduo... Os bons e velhos ideais de direita. Mas isso não me impede de ver o que tá errado.

A vida da maioria da população mundial é uma droga. Metade das pessoas no planeta não tem acesso à água tratada. Milhões de crianças no país tem uma educação ridícula, a violência se alastra e nossas grandes metrópoles são evidentemente autofágicas. Achar que isso não precisa mudar é cegueira ou cinismo. E quando eu pergunto pra um "jovem engajado" por que ele não leva um mendigo pra casa dele e pára com essa retórica besta de igualdade absoluta, me chamam de fascista!

É preciso reconhecer que nosso sitema tem erros, assim como qualquer outro terá. Só que esses erros estão no homem e não no sistema. O que a privatização de serviços essenciais e revogação dos direitos trabalhistas têm em comum? Ambos são um passo atrás na evolução da civilização, no sentido que levam o homem de volta à competição baseada no poder. Antes físico, hoje econômico. Porém não se pode extrapolar na análise desses dois casos. Privatizar a água potável, como tentou fazer um antigo governo boliviano, é diferente de privatizar a Vale do Rio Doce, ou as telefônicas. São campos econômicos que não são fundamentais à sobrevivência humana, e que têm por objetivo unicamente trazer lucro, o que não deve ser objetivo do Estado. Da mesma forma, a necessidade de proteger os trabalhadores não justifica blindá-los e engessar o mercado.

Mais uma vez retomando a idéia do primeiro parágrafo, todo direcionamento ideológico deve ter por fim a melhoria das condições de vida. Particularmente, desprezo ações pontuais que visem apenas aliviar as tensões sociais. Dar alimentos, brinquedos, roupas, etc, para as pessoas carentes é necessário. Mas não resolve o problema. É preciso tratar os sintomas, mas a patologia social deve ser atacada em seu cerne. Por isso acredito piamente que o trabalho, a educação e a cultura devem ser prioridades absolutas no combate ao subdesenvolvimento e à pobreza. Mas essas prioridades devem ser pensadas criticamente. O trabalho não deve ser só para a acumulação de bens, ou será motivo de frustração, e educação não deve ser só absorver conhecimentos técnicos e a cultura não é mero veículo para o escapismo.

Quando construirmos uma sociedade em que o trabalho seja visto como um instrumento para moldar o mundo em prol do indivíduo, em que a educação seja voltada para a ampliação do conhecimento e produção tecnológica e a cultura seja vista como elemento forjador de caráter e consciência social, teremos então as bases para tornar o Brasil um país igualitário, mas não idiotizante, que dê oportunidades iguais, mas que não nivele as pessoas por baixo, como tanto gostam os esquerdistas.

E antes que acusem este post de ser subversivo, reafirmo algumas posições:
Os homens não são iguais, existes pessoas superiores e inferiores, mas o que determina isso é o esforço e a capacidade pessoais.
O Estado é um Leviatã perigoso e precisa ser vigiado de perto.
Toda a força da lei precisa recair sobre o criminoso, e existem sim pessoas más por natureza.
Direito é ordem e sua função é impedir distúrbios que atentem contra a coesão da sociedade.

No fim, eu continuo de direita. E continuo sem coração, diria Churchil.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Exercício de futurologia

Cenário 1:

Chega em casa, para o carro na garagem e desce segurando o blazer na mão.

_Oi amor, cheguei!
_Bom dia, querido! Como foi no serviço?

*beijo*

_Ah, foi tranquilo. Hoje eu fui dar as boas-vindas aos novos procuradores que passaram no concurso. E explicar pra eles o funcionamento lá da PGR.
_Que legal! Hoje à tarde você fica em casa então?
_Não, não. Tenho aquela palestra lá no STF pra apresentar, lembra? E hoje é dia de dar aula lá na UnB.
_Naaah, então você vai chegar tarde hoje?
_Infelizmente... Mas agente pode aproveitar agora...
_Ahauahuah, pára, pára, aqui não seu bobo! Tem gente em casa!
_Falando nisso, onde estão os garotos?
_O Gabriel deve estar chegando, tava no treino de handebol, a Sofia disse que ia almoçar na escola e de lá vai pra aula de violino. O arturzinho tá lá trás, nadando na piscina.
_Tá certo. Você ainda vai sair pro trabalho hoje?
_Não, já terminamos o novo projeto pro museu. Você vai ver quando construírem, ficou lindo!
_Bom! ^^ Então vamos comer, que daqui a pouco preciso ir.
_Ai, tira a mão boba!
_HAuahua, eu já disse que você não é sucrilhos mas desperta o tigre em mim?
_HAuauhaAHUAHu, Seu bobo!


Cenário 2:

Dia do casamento. Entra a noiva.

[pensando]
"Ah, que linda ela fica com esse vestido! Tá vendo como todos olham pra ela? Heheh, meu amigos me invejam. Que bom que o pessoal da faculdade tá aqui. Que saudade eu tenho daquela época! Eu estudei muito, mas valeu a pena! Hoje eu ganho muito bem, tenho um carro de luxo e um emprego bacana. E agora uma modelo pra exibir no shopping! hun-hun... err, falando no trabalho, preciso lembrar de amanhã avisar o Vicente que eu não vou aparecer no escritório. Passar pra ele os números dos processos que eu tava cuidando. Aliás, se não me engano, a votorantin não pagou os honorários do escritório esse mês. Tem algo errado...
[/pensando]

Ahn? Ah sim, aceito, aceito.

Frase do dia: "Quero uma casa com cerca branca e uma esposa com laquê no cabelo, assando tortas." - Eu, em conversa.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Provando

"Nunca rejeite antes de provar."

Sobre esse assunto, a jurisprudência ainda diverge. Não sei, caro comentador, se já discutimos isso, mas eu discordo dessa sua teoria. É igual ao comunismo. Em um mundo ideal, seria perfeito, mas a vida é um pouco mais complexa.

Enfim, nos sentimos atraídos por alguém em dois casos:

a) O outro corresponde ao ideal que criamos de companheiro. Ele concentra, em todo ou pelo menos em boa parte, as virtudes que achamos desejáveis em alguém. É o par perfeito

b) Algum critério misterioso, como a sua situação emocional, a intervenção divina, ou o alinhamento do sistema solar fazem que você goste da outra pessoal, sem explicação, sem entender. É o que os mangás e novelas mexicanas chamam de amor verdadeiro.

Absolutamente todo relacionamento afetivo se encaixa em uma das duas alternativas acima. Mas se alguém que gosta de você mas não se encaixa nem em a), nem em b), como faz? Não faz. Você dá um fora, a pessoa chora, a vida segue. Talvez, com sorte, um dia a situação possa mudar, mas até lá... Achou que ia ser moleza jogar esse jogo?

Mas você podia me dizer: "Mas porque não dar uma chance para a pessoa, e ver se ela não acaba se enquadrando em a) ou b)?". Sinceramente não sei. Aí eu me complico! Porque eu já cobrei posições parecidas, embora não acredite que seja honesto ficar com alguém sem querer, só para dar uma chance. Acho que o afeto de outra pessoa deve ser conquistado, embora eu mesmo seja um retumbante fracasso nessa área. Claro que é interessante abrir espaço pra outra pessoa mostrar aquilo que ela pode ser. Mas não se entregar imediatamente apostando em algo que não quer.

Na verdade não tenho argumento nenhum para refutar essa idéia. Só posso dizer o que eu digo diante de tudo pra que eu não tenho reposta satisfatória: É complicado.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Dualidade na unidade

Minha tristeza não é existêncial, ela tem uma essência. Essa apatia falsa que eu carrego, fingindo indiferença a mim mesmo tem um motivo. Apatia é a ausência de paixões, o esvaziamento de todo sentimento. Mas em mim, pelo contrário, um turbilhão de paixões briga com uma razão rigorosa e formal. Estou perdido porque sou dois mas sou um só.

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Já me disseram: "Gosto desse seu jeito, tipo... um lobo solitário"
É sou um lobo. Um lobo sem moral, sem freios. Um ser passional, que age movido pelos sentimentos fortes do momento. Que quer explodir em choro, quer se afogar no riso. Sou ímpeto, sou ação, o amor gerado espontâneamente.
Esse é realmente um animal solitário. Solitário porque basta a si mesmo. Ele é orgulho. Está consciente de sua superioridade. Petulante e cheio de si.
Mas também é honrado, guarda a fé e a virtude. É, talvez, sinal da busca pelo divino.

"A falta de coragem é a raiz das minhas dores"

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Já me disseram: "Você é um cara frio, não gosto disso"
Sim, sou um homem frio, racional, sem-graça. Um citadino fracote, inseguro e desonesto. Sou moderação, medo de errar, cautela. Meticuloso e calculista. humildade inverossímil e covardia.
Mas sou a consciência, o repúdio pelo mal, a vontade de ser cada vez melhor. Eu critico, observo, questiono.

"Meus erros e pecados são a raiz das minhas dores"

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Essa dualidade inexistente me atormenta há tempos. Quem vai ganhar, o lobo ou o homem? Mais importante, quem deve ganhar? Talvez nenhum dos dois. Sou um, e apenas um. Essa divisão entre corpo e alma, mente e coração, só causa confusão e fraqueza. Meu ser completo é imenso. Dividido o que me resta?

Querer vomitar meu coração toda vez que vejo alguém.

Aventuras no Tribunal #2

Hoje, em um raro momento de ócio, peguei um processo e parei pra dar uma olhada. A família de uma garotinha brigava para que o governo estadual arcasse com os remédios que a menina precisava para sobreviver. A garota é portadora da Síndrome de West, alimenta-se por sonda e respira com a ajuda de aparelhos, porque o caso dela é aparentemente mais grave que o normal.

O Advogado da garota fez um defesa que eu, consciente da minha ignorância, achei muito bem fundamentada e verossímil. Baseia-se no Direito à vida, à saúde (competência de todas as esferas do Estado) e à dignidade humana. Pura aplicação da constituição, em toda sua beleza =D
O governo, por outro lado, defendeu-se alegando que o estado não tinha legitimidade para ser o pólo passivo na contenda, já que garantir o Direito à saúde é dever também dos governos federal e municipal.

É isso, enquanto uma garota sofre, o governo empurra o problema de uma esfera pra outra. Detalhe, o processo corre pelo menos desde 2006. Fico indignado com esse Estado corrupto, gordo, que suga nossos impostos e não dá nada em troca.
Mas cuidado com o que dizem. O gustavo agora é médico do governo, defende o SUS com unhas e dentes. Se falarem mal do Estado perto dele é capaz de receber uma visitinha da KGB, NKVD, ou seja lá qual é a polícia política que age no país.

sábado, 23 de agosto de 2008

Prefiro toddy, e daí?

Fico sinceramente grato pela oportunidade de, ontem à noite, ter participado de um dos experimentos sociológicos mais enriquecedores e relevantes para a ciência das relações interpessoais: Uma festa de universidade! Não foi exatamente uma feeeesta. Foi tipo um recorte experimental da realidade de um evento dionisíaco universitário em full-size. Mas como foi uma festinha do Direito, a variedade de espécimes no ambiente de controle não era muito alta. Exceto talvez por dois ou três elementos nerds destoando do cenário. Que nem um "onde está wally?".

A tal festa consistia no batizado dos jovens e frágeis calouros do Direito, marcando o fim de suas vidas mimadas e ociosas e a sua entrada na dureza do ensino superior. Bêbados, os pobres calouros são moralmente sodomizados pelos veteranos, embebedados e obrigados a participar de rodadas de twister que ferem o Direito à dignidade humana. Mas é divertido pacas. Porém, não deixo de pensar, os ritos de passagem já foram melhores. Incendiar vilas, deflorar donzelas e saquear tesouros. Isso sim forma caráter.

Mas toda essa explosão hormonal na forma de Créu (velocidade 5) pode ser um local propício ao exercício da maiêutica (falei bonito, não?). Em dado momento, quando todos os outros seres do recinto buscavam a forma mais rápida e eficiente de descolar uma tequila, eu pensei em futebol.
Mas hein?? Futebol?? Bom, começou com ele, hehehe.

Sabe, foi mais uma daquelas festas em que em dado momento eu paro e me pergunto o que eu estou fazendo aqui. E vou embora. Só tenho certeza de uma coisa: Essas baladinhas maneiras não são o meu lugar. Não tenho o traquejo social necessário, sendo, portanto, praticamente impossível que eu me insira harmonicamente no grupo.Tentar exercer um papel relevante dentro de tal ambiente é simplesmente antinatural para este nerd. Se eu quero aproveitar de fato meu potencial, preciso jogar pelas minhas regras, levar o jogo para o meu campo. Jogar na casa do adversário é meio caminho para a derrota. Qualquer referência a esportes nesse post acaba aqui.

O jovial Ovídio já ensinava que a arte de amar é transformar em jogo o que, evidentemente, não é um jogo. À parte do sentimento, tem a conquista, e aí valem as lições de Sun Tzu. É preciso estar seguro do terreno, e é preciso aproveitar suas vantagens pessoais. Ser sincero e consciente de si mesmo, essa é a chave do sucesso. Seja no amor, seja em uma partida metafórica de xadrez contra a morte. A resposta para a pergunta "Por que daquela vez deu certo?", meu caro comentador, está no sujeito e não no objeto. Deu certo porque eu não me forcei a agradar, porque não houve preocupação com a forma, e o foco se manteve, portanto, no conteúdo. Daquela vez a impossibilidade era bem maior e deu certo, porque eu surgi como uma escolha, não como uma obrigação. E por algum motivo resistimos a coisas que parecem lógicas e coerentes demais.

Basicamente é isso, se você é nerd, e prefere toddynho a vodka, não tente chamar atenção entrando em um concurso de bebedeira. Mentir pra si mesmo é a pior mentira.
E nos últimos tempos tenho me sentido patético fingindo que sou durão.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Com amor, Lucy



O motor do Dodge Charger 66 roncava alto. O velocímetro marcava 140 por hora. Ao volante, o jovem, de algo em torno de 25 anos, acelerava e nervosamente vigiava pelo retrovisor as viaturas que lhe vinham ao encalço. Perigosamente, ele desviava-se dos carros que trafegavam à sua frente, quase batendo em alguns. As sirenes soavam alto lá atrás. O Dodge, roubado, tinha um rádio que resistia às tentativas frustradas do jovem de desligar o som.

_ Droga! Como se desliga isso??? Detesto aerosmith, detesto essa música!!

A mente do garoto vagava de uma lado para o outro tão rápido quanto os giros do potente motor do carro. Em um fugaz momento, o rapaz se distraiu ao olhar mais uma vez pela janela do carro. Ao invés de ter se focado no movimento dos carros atrás, seus olhos encontraram-se com a Lua. Enorme, linda... era semana de lua minguante, porém boa parte dela ainda era visível, revelando um largo sorriso prateado pendendo no céu.

Foi um momento... talvez de fraqueza? Não sei. Mas naquele instante ele lembrou dela. Sua garota. Afinal, em todas essas histórias de fuga tem uma garota. Ela amava a lua. E ele amava estar perto dela. As razões que levaram aquele garoto, que todos consideravam tão bom e gentil, a estar naquele instante dentro de um carro potente, fugindo da polícia enquanto observava a lua, na verdade não vêm ao caso. No banco traseiro notas de cem saídas de um enorme saco de tecido voavam ao sabor do vento forte.

"Não te amo mais..." Foi apenas isso que ela disse, antes de ir embora com outro cara. Foi assim. Sem explicações, sem desculpas... Mais tarde ela ligou algumas vezes. Ele a chamava de volta, ela ficava reticente e dava uma desculpa qualquer. Ele sabia que ela não ia voltar. Mas o que podia fazer se ele queria ouvir sua voz mais um pouco?
A maldita música lhe dava nos nervos. Descarregando toda a sua raiva, socou o painel do carro com força "BAM!". O som oco marcou o fim da música. Agora só o ronco do motor se fazia ouvir. E as sirenes da polícia.

O mundo corria à volta dele em um mar de luzes avermelhadas e som velozes. À frente, um cruzamento barrava o caminho. O semáforo acabar de fechar, e agora uma enorme carreta descia a transversal, pegando velocidade.
"Se eu for rápido, posso passar!"
Acelerou e mais uma vez lembrou-se da garota. Não se sentia triste por estar só, por ter sido abandonado ou por ela preferir outra pessoa. Triste era pensar na vida que poderia ter sido e não foi. Nos sorrisos que não viraram beijos, nos abraços que não viraram amassos. Nas palavras que morreram vazias. O Caminhão descia muito rápido. O motorista dormitava ao volante e quando viu o carro preto que furava o sinal vermelho, mal teve tempo de pisar no freio.

Por um segundo, o tempo parou. Só um segundo, pra ter o rosto dela gravado na memória. A carreta se chocou com força na lateral do carro. O veículo, orgulho da industria automobilística americana, reduziu-se a uma bola disforme de metal, vidro e carne. Parando à vários metros do local do choque, o Dodge, agora irreconhecível, guardava o corpo ensanguentado do garoto de cabelos compridos. No bolso de sua camisa, mais tarde foi encontrada a foto de uma garota. Muito bonita, de vestido branco. No verso, uma dedicatória:

"Pra lembrar de mim! Com amor, Lucy"

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.
.

"Por que tudo acaba assim? Não sinto o meu corpo. Já não sentia meu coração. É tão errado amar alguém......? É errado... querer ser feliz....? Essa música... gruda na cabeça. Odeio. Não quero dormir.... eu.... sinto sua falta."

Então, com uma faísca, o rádio do carro pisca algumas vezes e volta a tocar.


Algo que eu fiz?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Humano, demasiado humano.

Fiquei um pouco surpreso quando alguns amigos meus, pessoas de grupos diferentes, que não se conhecem, me disseram "Esse blog mostra que você também tem um lado humano".

É, surpreendentemente eu também sou humano. Às vezes também sinto inveja, ciúmes, tristeza, alegria, compaixão... essas coisas de ser humano. Não imaginava que eu era tão inexpressivo a ponto de parecer que eu não pensava ou sentia nada. Bom, de fato nos últimos tempos eu tenho acreditado que seria muito melhor ser um Vulcano. Seria tudo mais fácil se retirássemos toda a subjetividade do mundo e fôssemos seres puramente racionais. Pelo menos terminaríamos o que os positivistas começaram

E teriamos cortes de cabelo simplesmente matadores!

Mas acho que entendo quando as pessoas me vêem como um sujeito meio "robótico". Percebi, por exemplo, que eu não sorrio. Quer dizer, não sorrio naturalmente. Quase sempre eu preciso pensar e decidir se eu vou sorrir ou não. Poucas pessoas me fazem sorrir de verdade.
Engraçado que isso era meio que incosciente, até que algumas pessoas me disseram que eu não sorria nunca, e outras disseram que eu sorria o tempo todo. Então resolvi entender melhor isso e me disseram: "É que com você, depende da pessoa".

Talvez eu devesse mudar isso. Ser mais simpático com todo mundo. Mas não vou. Haha.
Não sou mal-educado com as pessoas, muitos só acham que eu sou um cara calado mesmo. Provavelmente eles não estão errados, mas mesmo assim, continuo do mesmo jeito. Achando que sorrisos e abraços são só pra quem eu gosto.

Obrigado pela audiência, meus jovens. Vida longa e próspera.

Os amores, V: 1-1, 9-26

Era intenso o calor, passava do meio dia;
Estava eu em minha cama repousando.
(...) Eis que vem corina numa túnica ligeira,
Os cabelos lhe ocultando o alvo pescoço;
Assim entrava na alcova a formosa Semiramis,
Dizem, e Laís que amaram tantos homens.
Tirei-lhe a túnica, mas sem empenho de vencer:
Venceu-a, sem mágoa, a sua traição.
Ficou em pé, sem roupa, ali diante de meus olhos.
Em seu corpo não havia um só defeito.
Que ombros e que braços me foi dado ver, tocar!
Os belos seios, que doce comprimi-los!
Que ventre mais polido logo abaixo do peito!
Que primor de ancas, que juvenil a coxa!
Por que pormenorizar? Nada vi não louvável,
E lhe estreitei a nudez contra o meu corpo.
O resto, quem não sabe? Exaustos, repousamos.
Que outros meios-dias me sejam tão prósperos.

Ovídio

domingo, 17 de agosto de 2008

Animações

As duas últimas animações que eu preparei para o trabalho da feira cultura de algumas amigas. Incrível pensar que eu fiz isso de graça. Espero em breve editar esse post com a primeira animação (do carinha andando na chuva) reupada, em velocidade normal hehe.



1º vídeo; Simples mas com animação até bem feita




2º vídeo; "Roteiro" um pouco mais complexo. Infelizmente, o número limitado de quadros prejudicou bastante a animação.

[Edit]



E aqui está, o desenho que faltava. Agora na velocidade normal ^^
[/Edit]

E aí, que acharam?

Divagações desconexas


Nonsense. Como esse post.

Tenho cada vez mais vontade de ficar sozinho.
Só assim tenho tempo para pensar em mim mesmo.
Ao mesmo tempo quero companhia. Seria até complexo, se eu não entendesse exatamente o que traz essa contradição.

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Tão parecidos, e tão diferentes!
Se alguém os visse lado a lado, provavelmente diria que são completamente opostos.

De um lado vejo muita preocupação formal, do outro mais dedicação à mensagem.
Sutileza, palavras medidas, mensagens nas entrelinhas. Isso é do feitio de um.
Ser direto, ignorar floreios e falar explicitamente. Assim é mais o outro.
É até mesmo difícil não discordarem em um debate. De fato, ambos assumem uma posição completamente diferente diante da vida.

Mas parece que um certa melancolia é comum aos dois. Dá para ver no silêncio de um e nas brincadeiras constantes do outro. Comuns também parecem ser os sonhos e frustrações. Até mesmo histórias um tanto parecidas. Faça-se a ressalva dos elementos dramáticos.

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Eu chego a rir quando vejo as semelhanças entre as pessoas. Aonde quer que eu vá, vejo gente que me lembra alguém importante. É como se eu a trouxesse em meu olhar. Mas também gosto de reparar nas diferenças. Me intriga em como posso me sentir tão atraído pelo humor extremamente ácido, pelo intelectualismo, pela excentricidade e pela combatividade de uma pessoa e ao mesmo tempo pela doçura, simplicidade, normalidade e delicadeza de outra. Acho que o que me atrai mesmo é a intangibilidade delas. A incrível profundidade e a imprevisibilidade que vejo em ambas.

A cada dia fico mais surpreso com a vida e as pessoas. Não sei se é o mundo que vai crescendo, ou se é meu conhecimento que está diminuindo.

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É impressionante como um rosto tão belo pode ocultar essa melancolia. Mais impressionante é como isso a faz parecer mais bela ainda.

sábado, 16 de agosto de 2008

Sinal, perto da rodoviária


Sinal vermelho. Os carros param.

A menina de rosto pintado sai correndo e no meio da pista começa a girar um par de malabares. Os brinquedos incandescentes voam alto e voltam obedientes para as mãos da pequena artista, deixando encantadas a crianças dentro dos carros. Os adultos, ocupados com sua vida complexa, não dedicam atenção ao espetáculo. Olham, mas não vêem.

Os giros frenéticos das tochas tem tempo certo pra acabar. Foi preciso muito treino até conseguir a exatidão apresentada. A garota teve tempo para se dedicar a isso, aprendera ainda na infância. Seus pais, artistas circenses, haviam cuidado dela e ensinado todos os truques, pelo menos até que o circo em que viviam falisse. Desempregados, ela e sua família acabaram na rua. Hoje, porém ela vive sozinha. O pai morrera há 6 anos, atropelando enquanto trabalhava em um semáforo, assim como ela hoje faz. A mãe se foi ano passado, levada por uma forte pneumonia.

40 segundos. No tempo exato a garota para sua pequena apresentação e corre entre os carros. Mão estendida enquanto assovia, pedindo uma moeda aos motoristas. Alguns vêem como ela é uma bela garota. Corpo bonita. Rosto delicado, que combina com o curto cabelo castanho. Ninguém dá dinheiro. Muitos fecham as janelas dos carros.

O sinal abre. A menina sorri e se dobra em curta reverência. Sua expressão é a de quem espera algo e não consegue. Mesmo assim sorri docemente e corre para a calçada. Os carros aceleram e partem sentada no meio-fio fica a garota. Braços envolvendo os joelhos, um último olhar revela um certo ar de melancolia.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Nota #12 ou "Morde e assopra"

Dizem que o primeiro alvo de uma crítica é o próprio crítico. Faz sentido, se pensarmos que, diversas vezes, quando algo nos incomoda em alguém é porque vemos nossos próprios defeitos refletidos naquela pessoa. Ou pelo menos os defeitos que nos tememos possuir.

Eu critiquei o coringa, mas porque temo negar a realidade como ele faz. Temo não ser firme e racional quando tiver um dia realmente ruim.
Critiquei pessimistas, porque tem dias que eu acordo com uma quase certeza de que a vida é uma droga e me nega o que eu acho mais importante. De uma só vez, vejo todos os meus defeitos e observo qualquer esperança ruir como um castelo de cartas, sucumbindo diante do vento da realidade. Dias em que os sorrisos morrem fácil.
Critiquei as feministas... não, critiquei só porque elas são mal-comidas mesmo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Soltando farpas sem querer

Há muito tempo, optei por uma visão de mundo um tanto quanto estóica. Que as coisas tinha de ser difíceis e que se eu resistisse, sofresse e lutasse até o fim, as coisas dariam certo. Enfim, não mudei muito de idéia não.

Esse pensamento acabou me fazendo uma pessoa dura, que exige demais de si mesma (embora não tenha muita força de vontade pra cumprir as exigências). Me tornei meu próprio carrasco de tal forma, que aprendi a condenar qualquer forma de reclamação contra a vida. Esqueci que a decisão de aguentar serenamente qualquer coisa, decisão várias vezes esquecida, era só minha. Acabei oferecendo palavras duras à corações machucados. Desculpem.

Entendam, eu sempre relacionei pessimismo à covardia. Pois se o otimista age se iludindo, o pessimista nada faz, porque acredita que vai dar errado. Perdão, mas a visão que sempre tive dos pessimistas é a de pessoas fracas que sentem-se mais confortáveis culpando a vida e o destino por suas dores do que resolvendo os problemas concretamente. O que sustentou muito essa visão foi perceber que pessoas que se dão bem nunca são pessimistas. Acho que o importante não é ser otimista ou pessimista, e sim encarar suas chances reais. E quando possível mudá-las.

Talvez seja fácil pra mim pensar assim. Eu tenho praticamente tudo que me é desejável e me sinto bastante confortável comigo mesmo em vários aspectos. Desse jeito não é muito complicado achar a vida boa. Mas enfim, é o modo como sempre pensei. Porém, respeito vocês e entendo as tristezas. Desculpem a intolerância.

sábado, 9 de agosto de 2008

Sexismo, por não ter assunto melhor

Certa feita, uma amiga me veio com a seguinte frase: "Já descobri! Você não é machista, é sexista!".
O dicionário define machista como aquele que acredita na dominação social do homem sobre a mulher. É, não sou machista. Não acho que um grupo seja melhor ou pior que o outro.
Sexismo é discriminação, preconceito por sexo. Também não sou assim. Tá só um pouquinho.

Mas gostei da definição dessa minha amiga de sexismo. Segundo ela, sexista é quem acredita que há diferenças significativas entre homens e mulheres. Então assim, sim. Gostei da definição. Sou totalmente contra aquelas feministas que dizem que os sexos são iguais. Obviamente, coisa de mulher mal-comida.

Sei que se a Poliana ler isso aqui ela vai estraçalhar meu fígado e expor meu baço numa estaca ali nos comentários, mas enfim...
Eu acho que certas características são tipicamente masculinas, e outras tipicamente femininas. Decisão, coragem, firmeza, competitividade explícita, essas são características que eu tomaria como masculinas. Sensibilidade, empatia, flexibilidade. Características femininas. Percebam que eu não disse que eram coisas de homem ou de muher. Acho mulheres corajosas, decididas e competitivas simplesmente irresistíveis. Da mesma forma acredito, que certa dose de sensibilidade e empatia são necessárias em um homem. Só que é inegável que tomando-se a generalidade das pessoas, muito mais homens vão se identificar com os primeiros conceitos e muito mais mulheres com os restantes. Claro, isso pode ser reflexo de milênios de sociedade patriarcal. Mas dizer isso é desculpa de feministas mal-comidas.

A raiz disso está sim na biologia. O ser humano, como qualquer outro animal, tem como função básica se reproduzir. Nossa espécie otimizou esse processo programando os homens para proteger suas "esposas" e filhos, enquanto reservou à mulher o papel de cuidar e educar a prole. Sim, nós superamos há muito esse quadro, mas velhos hábitos ficam. Qual o garoto que não sente o sangue correr quando uma garota segura seu braço e silenciosamente pede proteção? E o que dizer das garotas e seu instinto maternal (AHHHH que bebê mais fofinho!!!)?

Enfim, antes que todas vocês comecem a me odiar, entendam que o que eu acredito é que embora existam essas naturezas distintas, isso não dá preferência de um sexo sobre outro. Eu não quero me casar com uma Amélia que aceite minhas ordens e me chame de senhor (embora isso não fosse de todo ruim heheh). Só que me sinto portador de certos deveres. Cuidar da minha garota vai ser sempre uma prioridade. Proteger, me dedicar... mesmo que ela não precise disso tudo. Afinal, nós homens ficamos cada dia mais obsoletos. Logo, logo elas vão nos descartar!
Metade do significado de "ser homem" se perdeu quando inventaram aqueles vidros de conserva que abrem fácil. Ainda bem que ainda não ensinamos as mulheres a atirar!




Esse post fajuto deve-se a minha falta de idéias. E também serviu como desculpa pra chamar as feministas radicais de mal-comidas.
*Por favor, levem na esportiva hehehe

Clássicos! #2


Quase Sem Querer

Legião Urbana

Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente
Estou tão tranqüilo
E tão contente...

Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém...

Me fiz em mil pedaços
Prá você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir prá si mesmo
É sempre a pior mentira...

Mas não sou mais
Tão criança, oh! oh!
A ponto de saber tudo...

Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê...

E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo
O mesmo que você...

Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?...

Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto...

Já não me preocupo
Se eu não sei por quê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê..

E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero
O mesmo que você...

Oh! Oh! Oh! Oh!...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Coringa, o mais legal?


Ah, fala sério.

Pra começar, deixo claro que sou a última pessoa na Terra que ainda não viu o novo filme do Batman. E admito que o coringa é o segundo lugar na minha lista de vilões mothafuckers. Mas depois de ler "A piada mortal", considerada por muitos uma das melhores aparições do palhaço, começo a achá-lo mais digno de pena do que de medo.

Ele não tem um motivo pra fazer o que faz. É só um pobre coitado que perdeu a família de uma forma abrupta, mais parecendo uma piada pervertida que a vida contou num bar stand-up comedy de 2ª classe. Depois foi feito de mané e se jogou dentro de um sopa maluca de produtos químicos. Ele sempre foi um fraco. Mesmo antes de perder tudo, lhe faltava um certa firmeza de caráter que se espera em um homem. Agora, sozinho, desfigurado, amargurado, o comediante fracassado entrega-se nos braços da loucura, sendo consumido pela irracionalidade que o cerca.


O gancho para "A piada mortal" é o sequestro do comissário Gordon. O Coringa o leva a um parque de diversões abandonado e o lança em uma sádica viagem de terror psicológico. Ele deixa o comissário indefeso, nu, impotente. Amedrontado. E o intuito disso tudo é provar que qualquer um pode ser louco. Basta ter um dia ruim.

Talvez o papel mais importante do coringa seja questionar a sanidade. Em um mundo irracional e caótico, qual o sentido de manter a ordem e a moral? Se eu me arriscasse a responder, diria que sem pontos de referência, sejam eles pressupostos morais ou leis opressoras, as pessoas simplesmente quebrariam e a humanidade cairia em uma espiral de violência que por fim nos levaria ao suicídio coletivo. Só que o Coringa esqueceu, ou melhor, nunca soube, que não basta ter um dia ruim para entrar em colapso. Existe algo, que não sei se é caráter, força de vontade ou doutrinação externa, que serve como uma barreira à psicopatia do mundo. Quanto mais forte essa barreira, mais você aguenta. E isso o comissário mostra quando, finalmente salvo pelo Batman, diz: "Pegue-o, mas de acordo com a lei. Mostre que o nosso jeito funciona".

Por fim, temos um genial diálogo entre o Batman e seu arquiinimigo. Chega a ser irônico como os dois são lados que se confundem. Os dois loucos, mas de maneiras diferentes. O batman é a loucura contida, as pequenas estranhezas que nos tornam seres singulares. Desde o meu amigo que tem TOC, até a minha incapacidade de me livrar de qualquer coisa velha. É a normalidade, ela mesma nada mais que um nível de insanidade socialmente aceitável.
Por outro lado o Coringa é a perda de controle, o crepúsculo da mente humana. Ele pode parecer genial, mas o limite entre genialidade e insânia é confuso. Perdoem-me, mas o vejo como um ser miserável que afundou tanto no fracasso que perdeu sua própria
identidade.

Genial sim, foi a piada que ele conta no final da Hq.


**Ah, meu vilão favorito? À parte minha dificuldade em eleger favoritos, eu diria que é o Lex Luthor.

domingo, 3 de agosto de 2008

Porão do rock \m/

Yey!
Ontem e sexta foi o tão falado Porão do Rockey. Pra quem diz que brasília não tem nada divertido, perdeu. Bobocas, fiquem ai, cozinhando em Caldas Novas >P

Só fui ontem, o dia emo/pink rock. Nem sonho em ir no primeiro dia. Detesto metaleiros E headbangers me assustam. Mas o que eu queria mesmo era ver Muse.

Cheguei no local do show umas 16h. Sol quente. Um monte de gente de preto. Povo estranho. Fiquei esperando mais ou menos uma hora do lado de fora, esperando as bandas começarem a tocar. Até que cansei e resolvi ver como era lá no camarote. Bacana. Cheguei na hora certa, porque entrei justo quando o pessoal do "Vai thomaz no Acaju" entrou no palco. Bem divertido.
Mas melhor ainda foi a apresentação do Canastra. Banda carioca que toca um rock difícil de classificar, com um toque de classic rock, rockabilly e surf music. Abriram tocando o Hino Nacional em uma versão bem inovadora. Empolguei quando eles tocaram "Viva Las Vegas!".

Além disso quantas bandas tem um baixo acústico branco? Estilo puro!

Depois tocou Sapatos bicolores, que eu gosto, embora deva reconhecer que teve música muito melhor lá. E em seguida uma banda francesa, Papier Tigre. Meio esquisitona, tinha um guitarrista que tocava um tamborzinho (hauahau) e um vocalista com cabelo igual ao do beiçola. Se eu ouvi direito ele agradeceu por estar em Goiânia rock city. Como se goiânia fosse cidade de rock. Hunf. Tente sertanejo! Mas enfim, a música dos europeus comedores de queijo era bem legal.

Papier Tigre: No lugar errado?

Logo após (detalhe, os shows foram bastante pontuais. Ponto positivo o/), foi a vez de Lucy and the popsonics tocar. Muito fera. Muita fumaça, luzes psicodélicas. A banda, que é aqui de Brasília, encarna mesmo o estilo "sideral". É formada por um nerd magrelo na guitarra e pela vocalista gordinha, usando a calça mais brilhante e colorida que eu já vi na vida (Huahah). O estilo deles é meio estranho a princípio, e eu não gostei muito do vocal. Agudo demais pra mim. Mas afinal a música acba sendo legal sim, a guitarra é bem desenvolvida e o Dj põe uns efeitos legais. Assustou mesmo foi a primeira vez que a Lucy jogou pirulitos no pessoal heheuehu. Foi um tanto... imprevisto.

Discípulos dos pandas espaciais

Nota: Lucy decidiu descer do palco e precisou da ajuda de um segurança. Ela se jogou em cima do coitado HAUHAUHU! E pra subir de volta? Ela foi erguida mas ficou com metade do corpo do lado de fora, e o pessoal do apoio puxando ela do outro lado. As pernas se debatendo no ar e ela deitada de barriga no chão. RI HORRORES!!

Depois rolou um punk rock de um grupo argentino. Nada de novidade. Os bons e velhos power acordes de sempre. Detalhe que eles chegaram atrasados. O que mais pode se esperar de italianos que falam espanhol e acham que são ingleses?

E após algumas outras bandas não muito dignas de nota (tiram supergalo, que eu achei foda) foi a vez do Muse! Com certeza foi o melhor show dos últimos tempos!! A banda toca muito, e foi tudo perfeito, iluminação, som, os vídeos na tela de LED's. Me amarrei nessa tela. várias músicas extremamente boas, como "Knights of Cydonia" e "Hysteria", foram tocadas. E no final ainda jogaram uns balões gigantes do pessoal. HAuahuah, Muito divertido!


Show nota 10! Agora, que venha The Hives o/

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

"Fale que eu disse alguma coisa!"

Todo mundo tem medo de alguma coisa. O medo é uma das reações mais primitivas do ser humano. É o que herdamos do instinto de "lutar-ou-fugir", comum a quase todos os animais.
Quando eu era menor, tinha muito medo de escuro. Durante muito tempo. Mas tem uma coisa que me assuta horrores. Tem uma coisa que me causa arrepios só de pensar. Só que isso é segredo =P
I'm the bravest!


Engraçado ter surgido no post anterior essa frase "Tenho medo de morrer sozinho". Eu nunca pensei nisso. Porque não vejo muita diferença entre morrer sozinho ou com um monte de gente do lado da sua cama. Mais importante é que durante a vida alguém tenha estado sempre do seu lado.

Aliás, lembro de ter lido que há mais pessoas que dizem ter medo de falar em público do que medo da morte. Isso significa que muita gente preferia estar no caixão à fazer o discurso num funeral.

Mas não custa nada ter alguém lá pra ouvir suas últimas palavras. Na introdução de "Admirável mundo novo" é dito que as últimas palavras revelam o que há de mais profundo e verdadeiro dentro de nós. Então pra fechar, vamos ver um pouco de sinceridade e poesia emanados por estas personalidades no momento derradeiro:

"Sim, mas não muitas" - Gerrit Achterberg, poeta holandês.
Achterberg tinha acabado de estacionar seu carro, quando sua esposa perguntou: "Shall I bake some potatoes?" Após responder a questão ele sofreu uma ataque fatal do coração.

"Eu nunca deveria ter trocado de Scotch para Martini." - Humphrey Bogart

"Não é nada... não é nada..." - Franz Ferdinand (O duque, não a banda...)

"How about this for a headline for tomorrow's paper? 'French Fries'." - James French (condenado à cadeira elétrica)

E o número um em presença de espírito:
"Não deixe isto acabar assim. Fale a todos que eu disse alguma coisa." - Francisco (Pancho) Villa

Verdadeiros filósofos u.u


**Frase do dia: "Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível." - Nelson Rodrigues (grande Nelson...)