quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Not Rachel.

Talvez não seja apropriado para um cara do meu tamanho, mas eu assumo: gosto de Friends.
É legal, engraçado e perfeito pra bobocas que gostam de comédias românticas. Que nem eu.
Bom, estou revendo as temporadas antigas e um episódio hoje me chamou a atenção. "Aquele da lista", em que Ross precisa decidir se fica com a Julie ou com a Rachel (meldels, coisa de novela) e para ajudar na escolha faz um lista de prós e contras. Perfeito para a lógica masculina. Degradante e pérfido na lógica feminina.

Bom um grande amigo meu criou um fantástico silogismo sofístico ao tentar explicar essa divergência entre homens e mulheres sobre o que é lógico, conseguindo assim provar que homens pensam como peixes. Mas não é sobre peixes ou homens que esse post indaga, e sim sobre o valor aparentemente intrínseco que projetamos sobre as pessoas. Mas eim??

Simples assim: Ross listou alguns contras de Rachel. Quando foi listar os contras de Julie, só pensou em um; "She's not Rachel". Percebem? Não havia nada errado com a Julie, simplesmente ela não era a Rachel! Será que existe uma essência do que é a Rachel, ou será a Rachel apenas um conjunto de informações captados e interpretados por você? Ou até mesmo, haverá uma potencialidade de ser Rachel, dentro da Julie??? Oh droga, quantos questionamentos fúteis! Pra que tudo isso, a metafísica já morreu, quem matou foi o progresso.

Sério agora, o que eu achei interessante foi notar que às vezes assumimos a existência de uma essência que não pode ser compartilhada e que por isso faz parecer que só aquela pessoa específica pode te fazer feliz. Mas já disse meu amigo existencialista rábula, você é que vai tornar alguém o seu par perfeito.

De qualquer forma, ainda não consegui decidir entre Ser e Existir.

domingo, 16 de novembro de 2008

O dia em que estive no centro do universo.


Uma manhã desperdiçada nos braços de Morfeu, uma tarde jogada fora deliciando-me com futilidades supérfluas inúteis (foi muita perda de tempo mesmo). Enfim, um dia particularmente preguiçoso. Até a chuva veio preguiçosa. Não era de espantar que eu mesmo estivesse indolente aquela noite, enquanto caminhava até um palco para ver um teatro de bonecos encenar minha vida.

Por um momento naquele show bizarro de desencantos, naquela comédia dos erros, eu percebi alguém do meu lado. Mas quando eu olhava para ela não era necessariamente ela. Não era sua face que meus olhos me mostravam, ou seu perfume o que eu sentia. Era a essência que eu espero. Foi um instante, infinitesimalmente pequeno, em que eu talvez tenha percebido algo em seu "ser-em-si". Nessa eternidade efêmera não havia dúvidas, não importava a questão de Ser ou Existir. Mas também não havia certeza. Dubito ergo sum e se não duvido, não sou. Eu não era. E isso não era importante.

A chuva fina que caía gelada sobre nós dois parecia me entorpecer ainda mais. Isso é o satori? A iluminação súbita de quando um Koan dá um nó nas nossas cabeças? Não importa. 2500 anos de filosoia se apagavam com a chuva. Eu era feliz instantaneamente e o resto é o resto. Em todas as direções o céu coberto por padrões de nuvens era avermelhado ao poente. Pena que não podia te abraçar, te beijar, te amar! Pois logo o encanto foi sumindo e você estava novamente na minha frente, a sorrir . Eu era eu de novo, e era só isso. O mundo continuava chato. Mas o céu... esse ainda estava lá, pra não me deixar esquecer que por um segundo eu vi que tudo era uma coisa só. Viver, sentir, amar, ser, esquecer... nada disso tinha significado. Era só uma questão de achar a percepção certa.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A história truncada de um velho.

Os ombros arqueados daquele velho monge aparentavam curvar-se sob o peso do mundo. As décadas de contemplação e reflexão marcavam-lhe a face. O velho tinha por costume caminhar durante longas horas pelas trilhas que apenas ele conhecia. E foi durante uma dessas caminhadas que o monge se deparou com uma cena curiosa: Um jovem exercitava-se com vigor, lutando contra incontáveis inimigos imaginários. Ao ver a aproximação do velho, o lutador para e, ofegante, o cumprimenta. "Olá, meu rapaz, por que está treinando tanto assim?", respondeu o velho. "Eu treino pra me tornar o homem mais forte do mundo. Eu vor ser grande, serei lembrado eternamente, as pessoas me respeitarão em todos os lugares e serei muito rico!". - São os sonhos de um orgulhoso. Imagens vazias criadas por um coração embriagado pelo ego. - Foi o que pensou o monge, que seguiu, então, seu caminho.

Quando quase tinha esquecido do garoto orgulhoso que encontrara, cruzou com um outro jovem que caminhava capisbaixo no sentido contrário. "Por que tanta tristeza, filho?" perguntou o ancião. "Nada demais... apenas estou um pouco desesperançoso com tudo." o menino respondeu. Inquirido pelo monge, o jovem continuou: "Não há no que acreditar, não existe amor. Vivemos uma existência vazia, em um mundo torpe e injusto." Tamanha falta de fé entristeceu profundamente o velho, que com seu sábio julgamento ponderou: "Quão infeliz é esse garoto! Sua tristeza é fruto de um coração fraco e pessimista. Tivesse ele um pouco mais de ousadia e coragem, seria mais feliz." e foi-se embora.

Mais tarde o monge para para descansar e, pesadamente, senta-se ao lado de uma fonte e dobra-se para beber um pouco de água. Neste instante ele vê seu próprio reflexo na água e além dele vê o a imagem dos dois jovens, que conversavam em um local mais acima na montanha. De onde estava o monge pôde ouvir o que diziam: "Não sei se há amor em algum lugar. Não me importo com isso. Eu vou construir o meu com minhas próprias mãos. É por isso que eu luto, para ser forte e fazer de tudo por quem eu gostar. Se eu pensasse em mim mesmo, estaria fazendo algo bem mais divertido. Música por exemplo." - Comentou aquele rapaz orgulhoso. "Bah, acho que não existe, e que não dá pra criar. Mas eu gostaria que não fosse assim. Eu queria acreditar em sentimentos puros, em risos de mera alegria. Eu queria muito acreditar na felicidade. Mas olhe o mundo. Sozinho você não pode fazer nada, mas acho que é preciso tentar. Enfim, não resta muito a fazer, vou correr atrás da felicidade, mesmo que o mundo não me deixe acreditar nela. E vou morrer assim." - e assim disse o estranho garoto melancólico.

Olhando o fundo dos próprios olhos, o monge sentiu-se envergonhado com o equívoco de seu juízo. As palavras daqueles garotos pareceram jogar uma luz sobre o pensamento simplório do velho. Ele percebeu serenamente que estava errado. O garoto que ele chamou de egoísta, na verdade era mais altruísta que qualquer pessoa que ele já havia encontrado, pois ele abandonou a própria vontade, a própria satisfação para se tornar melhor e fazer algo de melhor para outra pessoa. E o outro garoto, que parecia tão fraco e covarde, era extremamente firme e corajoso, pois ele tivera coragem de algo que o próprio monge não tivera: Ele enfrenta o mundo, mesmo com a consciência da improbabilidade de ser feliz. Ele desafia esse universo caótico, em busca de um significado e mantém o desejo oculto de descobrir a Verdade em meio à todos as mentiras.

Ou talvez o monge tenha visto coisas que não existiam. É possível, já que outra revelação que lhe veio foi da pequenez e do despreparo de seu próprio julgamento. Vai saber.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Nota #13 - ou "Da Raiva"

Tranquilo, já sou vacinado.

Tá, detesto posts chorosos que culpam céus e terra por nossas vidinhas medíocres, mas devo confessar: Essa semana foi um lixo.

Não vou dar detalhes. Apenas acreditem, foi uma merda de semana.

Uma das piores partes dessa semana foi descobrir o quanto as pessoas podem entender mal o que eu sinto. Sabe, não é divertido perceber que tanta gente acha que você as odeia.
Tem gente que acha que eu odeio, mas estou só agindo por dever. Outros acham que eu odeio, mas é só desleixo ou distração. Oh céus, não confundam silêncio com raiva!

Não sei bem o que é raiva, não lembro de jamais ter sentido isso por alguém - sério mesmo - dizem que é igual em módulo ao afeto, não sei. Tipo comer e vomitar.

sábado, 8 de novembro de 2008

Gleichschaltung

“Falta apelo romântico ao capitalismo. Ele não faz o coração bater mais forte do mesmo jeito que as ideologias contrárias, como o socialismo, o fascismo e o ambientalismo. Não ferve o sangue, porque não aponta dragões para exterminar… É bem o oposto do socialismo. Enquanto o capitalismo ensina, mas não consegue inspirar, o socialismo inspira, mas não consegue ensinar. A história do socialismo está encardida de repetidos fracassos e miséria humana em larga escala. Ainda assim, o socialismo atrai sorrisos em vez de insultos dos povos que jamais conheceram seu jugo” - Peter Saunders

Ótima citação, realmente a crença no comunismo pressupõe uma visão utópica e fantasiosa que combina muito bem com as mentes jovens! O Socialismo e o fascismo, tão parecidos em sua natureza propagandista e ideológica parecem ter um ímpeto que falta ao tão sem-graça
capitalismo.
O capitalismo precisa mesmo é de um bom marqueteiro, assim tipo um Goebbels ou um Ehrenberg. Olha aí, bons exemplos de uma propaganda que esquenta os ânimos desses jovens exaltados:


Comunistas comem criancinhas

Cartazes de regimes totalitário têm uma tendência Homo

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

November 5th


Remember, remember the fifth of November,
Gunpowder, treason, and plot,
I know of no reason why the gunpowder treason

Should ever be forgot.
Guy Fawkes, Guy Fawkes, ’twas his intent
To blow up the King and Parliament.
Three score barrels of powder below,
Poor old England to overthrow;

By God’s providence he was catch’d
With a dark lantern and burning match.
Holloa boys, holloa boys, make the bells ring.
Holloa boys, holloa boys, God save the King!
Hip hip hoorah!

A penny loaf to feed the Pope.
A farthing o’ cheese to choke him.
A pint of beer to rinse it down.
A faggot of sticks to burn him.
Burn him in a tub of tar.
Burn him like a blazing star.
Burn his body from his head.
Then we’ll say ol’ Pope is dead.
Hip hip hoorah!

Hip hip hoorah hoorah

Se você o vir, shoot to kill!


Cadê os fogos de artifício? Há 403 anos o pérfido Guy fawkes foi pêgo, tentar transformar o rei inglês em farofa!
Ps: Para informações adicionais disque 555-GOOGLE, ou vá direto em http://en.wikipedia.org/wiki/Guy_Fawkes_Night


Burn, you damn bastard!!

domingo, 2 de novembro de 2008

Peanuts 1964 - #160