Dançando no escuro é um filme que surpreende. Nem tanto por trazer algo novo, mas sim por mostrar uma natureza bem deteriorada do homem.
O filme faz crescer um sentimento de pena e revolta pela pouca sensibilidade que a protagonista recebe do mundo, pelas pancadas que ela recebe da dura realidade que se apaga a cada instante da sua visão. Mas o que eu achei mais marcante foi o final, que, óbvio, eu vou contar. O filme é de 2000, quem não viu até hoje já tá errado.
Enfim, o final me deixou pensativo porque eu esperava heroísmo, mas as pessoas são cruelmente frágeis perto do fim. A personagem da Björk, aceitou ser jogada na prisão e condenada à morte por uma injustiça e preferiu não se defender, abrindo mão da chance de sobreviver em troca da cirurgia que evitaria que seu filho também perdesse a visão. Estoicamente, ela aceitou morrer por algo que ela achava valer a pena. Nada mais clássico. Só que no fim ela chorou, fraquejou, quis desistir. Mesmo a nobreza da sua decisão ficou pequena diante daquele triste espetáculo.
No Direito, diz-se que a norma não exige um comportamento heróico, ninguém é obrigado a manter qualquer dignidade, humanidade ou moral quando enfrenta o fim. Mas é desolador pensar que no último instante podemos perder o restinho de orgulho que temos. Existe algo chamado de pirâmide das necessidades que explica até bem isso. Diante do risco de dano à necessidade mais básica de todas, todo o resto vira futilidade e a honra, um luxo descartável.
E o que consideramos essência moral do ser humano não passa de um verniz fino que se descasca, revelando o mais profundo instinto de sobrevivência.
O filme faz crescer um sentimento de pena e revolta pela pouca sensibilidade que a protagonista recebe do mundo, pelas pancadas que ela recebe da dura realidade que se apaga a cada instante da sua visão. Mas o que eu achei mais marcante foi o final, que, óbvio, eu vou contar. O filme é de 2000, quem não viu até hoje já tá errado.
Enfim, o final me deixou pensativo porque eu esperava heroísmo, mas as pessoas são cruelmente frágeis perto do fim. A personagem da Björk, aceitou ser jogada na prisão e condenada à morte por uma injustiça e preferiu não se defender, abrindo mão da chance de sobreviver em troca da cirurgia que evitaria que seu filho também perdesse a visão. Estoicamente, ela aceitou morrer por algo que ela achava valer a pena. Nada mais clássico. Só que no fim ela chorou, fraquejou, quis desistir. Mesmo a nobreza da sua decisão ficou pequena diante daquele triste espetáculo.
No Direito, diz-se que a norma não exige um comportamento heróico, ninguém é obrigado a manter qualquer dignidade, humanidade ou moral quando enfrenta o fim. Mas é desolador pensar que no último instante podemos perder o restinho de orgulho que temos. Existe algo chamado de pirâmide das necessidades que explica até bem isso. Diante do risco de dano à necessidade mais básica de todas, todo o resto vira futilidade e a honra, um luxo descartável.
E o que consideramos essência moral do ser humano não passa de um verniz fino que se descasca, revelando o mais profundo instinto de sobrevivência.