domingo, 10 de janeiro de 2010

Asceta sem opção

Morrendo de fome só lembro de uma palavra: ascese. É o auto-flagelo de quem busca realidades mais altas. O asceta é aquele que procura fortalecer o espírito torturando o corpo.

Contudo, nem de longe eu estou atrás de uma súbita iluminação. Minha fome tem razões bem mais mundanas. Acabou o macarrão. De qualquer modo, me recordo das crenças que tanto desprezam o corpo. Como é possível? Me parece tão óbvia a interdependência de corpo e mente que aos meus ouvidos não faz sentido tratar como opostos. É uma coisa só.

O que sustenta o ideal ascético é a ideia de que corpo e alma são separados e antagônicos, ou seja, que a força de um se traduz na fraqueza do outro. Mas um ser humano não é feito de pedaços autônomos. Um homem é um todo que depende da harmonia das partes. Matar o corpo é como suprimir a vida, é um crime. A dignidade verdadeira é liberdade de corpo e mente, deve aparecer como força, tanto da vontade quanto das mãos.

Mas continuo com fome =P

Um comentário:

Comentador Fiel disse...

Ling-Ling comida chinesa na cabeça meu jovem. Um corpo sem fome é uma mente anestesiada.