quarta-feira, 20 de maio de 2009

Omnia mutantur, nihil interit

Em um dos capítulos de Sandman, ao encontrar-se com a Morte, um personagem diz algo como: "Sempre achei que morrer era algo que acontecia de uma vez, subitamente. Mas agora entendo que a morte é como se um ladrão entrasse todos os dias na sua casa e levasse alguma coisa embora. Até que um dia não tem mais nada".

E realmente, é assim que o tempo mata tudo. Ou é como as coisas morrem no tempo. Elas vão se desfazendo, o que era concreto vira pó e as verdades perdem o sentido. As certezas se esvaem e no fim a única que resta é que absolutamente tudo está sujeito à fórmula de Ovídio: Tudo muda, mas nada perece.

Nada perece, porque apesar de tudo eventualmente mudar em sua natureza, o todo permanece constante. Fechando bem o foco, percebo que eu mesmo mudei tanto em apenas três anos, que mal poderia dizer que sou o mesmo. Mas sou. Os medos mais escondidos, as falhas mais profundas, os princípios gravados no fundo da minha existência, continuam iguais, mesmo que a superestrutura tenha mudado.

Isso, em uma vida, é permanente. O que não muda a grande verdade que, afinal, tudo muda.

9 comentários:

Natália disse...

Acho que a mudança é constante, cada dia nós nos reinventamos. Mas,mesmo assim, não existe uma revolução de fato. A estrutura não muda, mesmo que sejam criados novos prédios, o alicerce permanece.
A carapaça muda, mas o miolo é o mesmo, dizia Vovó Antônia.

Rábula disse...

Não gosto de ser saudosista e olhar as mudanças como algo destrutivo e o tempo como o devorador de tudo. Realmente as coisas mudam, nós mudamos, pois o universo muda, cabe à nós adaptarmo-nos a essas mudanças sem, como você mesmo disse, apagar de nossas existência nossos princípios.

Comentador Fiel disse...

Superestrutura?

COMUNISTA!

Mandy disse...

O John mudou, e muito.
Mas eu ainda sou saudosista e sinto falta do antigo, mesmo que o novo tenha certos atributos interessantes

Pequeno Grande Homem disse...

COMUNISTA [2]

Mudou mesmo, mas continua pagando pau dum brodi aih =x

John, O Lobo disse...

HAUHAUHAUAHUH

"Esse é meu grande amigo scarface!
Esses dois ai são o ramx e um brother dele."

Pequeno Grande Homem disse...

Exato!

Poeta Idealista disse...

Muita gente tem medo da morte, mas a morte é uma coisa gradual. Todo dia nós mudamos um pouco, seja doando parte de nós mesmos a alguém, seja agregando parte de alguém a nós mesmos; mas a essência continua a mesma!

Pandora disse...

Reflexões sobre o tempo, o destino e a morte são constantes na obra de Gaiman, talvez por isso eu seja apaixonada por ele!!! Uma vez li em Gaiman que o tempo é um ladrão, viver no tempo tem mesmo haver com morrer um pouco a cada dia...