terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

I wanna do bad things with you

Na sua fundamentação da metafísica dos costumes, Kant apresenta a afirmação, aparentemente circular, de que somos livres quando criamos nossas próprias leis morais. E criamos leis morais quando somos livres. Nas palavras do filósofo, a vontade é a lei de si mesma.

Perdão estar sendo repetitivo, é que tenho lido muitas críticas e fundamentações hahah, e Kant tem me parecido cada vez maior. Quase todo mundo acha que ele foi só um velho ranzinza, que vivia só pelo dever e escrevia de maneira obscura para satisfazer a própria rigorosidade. Porém o que tenho visto é uma pessoa que tinha verdadeiro interesse em defender a felicidade alheia, que era capaz de sacrificar tudo em que acreditava em busca da verdade. Ele era muito mais versátil e anti-dogmático do que se pensa à primeira vista, sua capacidade de pôr em xeque tudo o que fosse dogma infundado o levou até mesmo a refutar Deus, matando-o em sua Crítica à razão pura, não obstante sua criação religiosa e apego à espiritualidade cristã. Mais tarde, na Crítica à razão prática, Kant redime a crença na Divindade dando-lhe uma base moral. Como diz sua biografia, o filósofo mata o Deus em seu espírito para mais tarde reencontrá-lo em seu coração.

Kant sabia que não somos anjos nem demônios. Ninguém faz só coisas certas, e nem só coisas erradas. Aliás, certo e errado não têm um conteúdo per si, são conceitos que nós precisamos definir pela nossa autonomia. Toda tentativa de impor a alguém uma definição para esses conceitos é algo criminoso. Particularmente, acho que errado é afrontar os princípios que eu escolhi, de resto, não sinto obrigação de fazer o que os outros acham que é melhor. citando Voltaire, faça o que deve ser feito, e deixe os outros discutirem se é certo e errado. Eu não pretendo nunca trair a mim mesmo e deixar de lado o que eu acredito, mas quem disse que pra isso eu tenho que ser sempre bonzinho?


Um lobo ético, um homem amoral

8 comentários:

Comentador Fiel disse...

Quem transformou Kant em dogmático foram seus seguidores, assim mo Karl.

Não sei de onde você tirou essa idéia...

e Kant dizia pra fazer o que quisesse, desde que não prejudicasse os outros. Cuidado com os detalhes.

John, O Lobo disse...

Hum, não não, Acho que pra kant a lei moral era um valor em si. Seguindo um imperativo categórico vc está automaticamente tratando as pessoas como um fim, mesmo que para aparente prejuízo delas.

Rábula disse...

Dificilmente você trirá você mesmo. Apenas mudará alguns princípios em sua vida, para adequá-los à nova postura que for coerente à situação vivida.

Trair-me não, relativizar! heuehuehuehe

John, O Lobo disse...

Bom, esses são meus princípios. Se vc não gosta... eu tenho vários outros!

hehehe

Vinicius N disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rábula disse...

hauahuahauhaua

Pequeno Grande Homem disse...

acredite!

eu não li tudo!

Pequeno Grande Homem disse...

o video é interessante =O