sábado, 21 de março de 2009

Questão de foco

Até que ponto podemos falar que os outros são superficiais sem nos julgarmos profundos demais?

Foi o que certa vez no passado, uma das garotas mais sábias que eu já conheci me perguntou.
Devo concordar que a tal superficialidade aparece quando comparamos aquilo que realmente achamos importante com... bem, o resto do mundo.

É difícil ver graça nas coisas à sua volta quando toda sua atenção está concentrada em um foco. Daí não custa muito entender o que o minduin sentia quando disse naquela tirinha lendária que eu nunca achei: "Nada tira o sabor da manteiga de amendoim como um amor não correspondido". Claro, quando o único fim que você vislumbrava desvanece no ar, tudo fica meio tedioso. E sem sentido. E desinteressante.
Já vi isso acontecer, não é bonito.

Mas no fim das contas, penso eu que nada tem um valor intrínseco. Todos são os mais importantes e mais insignificantes seres do universo, só depende de quem julga. E da disposição de quem julga. Às vezes acontece de alguém com quem você nunca falou de repente se tornar a menina mais linda do mundo. Ou de a pessoa mais especial no mundo virar, a muito custo, mais um na multidão. A ponto de você às vezes esquecer que a esqueceu.

Acontece, tem cada coisa por aí.

12 comentários:

Comentador Fiel disse...

sugiro então que não julgue as pessoas.

E uma vida sem foco me parece uma vida sem sentido, mas como sou Indie meu argumento é dispensável.

Comentador Fiel disse...

comeu muito abacate?

Rábula disse...

Não existe uma importância que seja importante para todos. É por isso que necessitamos de julgar coisas e pessoas. Se não o fizermos, farão por nós. De acordo? E ao fazerem, farão do jeito que convém para quem faz e não para quem é feito.

Comentador Fiel disse...

"Se não o fizermos, farão por nós. De acordo?"

Discordo, se todos não fizerem, não sobra ninguém pra fazer. Mas a humanidade nunca deu motivo pra acreditar que algo que dependa dela vai dar certo.

Se todos fossem importantes, metade dos nossos problemas não existiriam. Mas eu sou comunista e meu argumento é dispensável.

John, O Lobo disse...

Vc não tem senso estético? Não tem valores, desejos ou vontade?

Pelo menos do meu ponto de vista amar qualquer coisa, e dar valor indiferenciado é tão cruel quanto desprezar a todos. Com vc mesmo, inclusive.

Comentador Fiel disse...

Senso estético, valores, desejos e vontades sempre me soaram como idéias plantadas na nossa cabeça."Trabalhamos em empregos que não gostamos para conseguir coisas que não precisamos". Me diga você, elimine a influência do mundo externo e me responda essa mesma pergunta. Ai sim eu posso até concordar que seja um desejo, valor, vontade ou até mesmo senso estético sincero.

Amar a todos é diferente de igualar a todos igual Obama é de Osama. Ou a única maneira de diferenciar é o quanto você ama?

Se for, meus pêsames.Ou quem sabe tenhamos conceitos de amar diferentes...

Amar a todos de maneira igual é o primeiro passo para um mundo melhor.Mas como sou cristão, meu argumento é dispensável.

ps: será que dessa vez vai ficar claro o que quero dizer?

Pequeno Grande Homem disse...

Cara, eu quase discordo de você quando você diz que nada tem um valor intrínseco. Parece coisa de desenho animado japonês, onde a pessoa quer ser aceita por alguém. Acho que o maior julgamento que você pode sofrer, é o seu próprio, valha alguma coisa para si mesmo. Eu não nasci à toa, se as pessoas me desprezam ou me subestimam, azar o delas. E aquelas que me super estimam vão se arrepender um dia, eu sei quem eu sou pra mim mesmo e para as pessoas que me são íntimas.

Comentador Fiel disse...

É como diria uma sábio ai:

"A existência da vida é um fenômeno altamente supervalorizado..."

Já parou pra pensar que seu objetivo pode ser só gerar descedência fértil?
Triste né?

Rábula disse...

Champz, sua visão é inaplicável em nossa sociedade. Penso que se eu não fosse um tanto quanto pragmático concordaria com você em várias coisas. Mas me incomoda profundamente concordar com algo que não gera efeito prático algum, tipo "Senso estético, valores, desejos e vontades sempre me soaram como idéias plantadas na nossa cabeça".

Concorde você ou não, entenda como ideias incutidas em nossas mentes ou como atitudes inerentes a todo ser humano, julgamos tudo e todos. Isso, também, nos torna humanos. Prefiro aprender a conviver com isso e usar a meu favor. Nem paro para pensar se o mundo seria melhor sem essas coisas, pode até ser que sim. Mas... isso existe! Pra mim esse fato cessa todas as tentativas de idealizar um mundo apenas ideal.

Pequeno Grande Homem disse...

Sim, sim comentador fiel!
Existem artigos biológicos que defendem que todo o nosso corpo, assim como o dos seres vivos em geral mas com nossas individualidades, é apenas uma maneira de aumentar o sucesso de reprodução. Ou seja, pensar, e raciocinar só tem como objetivo o sucesso biológico da reprodução.

Natália disse...

"Você não me ensinou a te esquecer..."
Lembrei dessa música brega no final.
Acho que é tudo mutável e isso é o que torna o mundo interessante pra mim. Sou um móbile solto no furacão qualquer calmaria me dá solidão.

Comentador Fiel disse...

desistiu do abacate e comeu a fruta do preto e branco?