quarta-feira, 6 de maio de 2009

Abstrato é o que não é concreto

Já passei muito tempo tentando encontrar a verdadeira natureza das coisas mais abstratas. Eu queria entender qual era a boa moral, o que é a verdade, o que são dor, angústia, felicidade, amor...
Mas acabei ficando cada vez mais cético. Se em 2500 anos de filosofia ninguém conseguiu uma resposta pra essas coisas, quem sou eu pra conseguir? Minha incredulidade cresceu tanto que tudo perdeu o conteúdo.


Mas agora acho que entendi melhor. Essas idéias não existem de verdade, nós é que as construímos. O que não significa que elas não tenham sentido depois de prontas. Apenas quer dizer que cada um inventa o amor que lhe apraz, cada um acredita na verdade que lhe satisfaz.

Por fim, vou copiar uma da melhores opiniões que eu já li sobre o amor. Melhor que qualquer filósofo que eu tenha visto, foi Neil Gaiman que escreveu as palavras mais contundentes sobre esse sentimento:

"Você já amou? É horrível, não? Você fica tão vulnerável. O amor abre o seu peito e abre o seu coração e isso significa que qualquer um pode entrar em você e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, para que nada possa lhe causar mal. Aí uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outro idiota, entra em sua vida. Você dá a essa pessoa um pedaço seu, e ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa besta como beijar você ou sorrir, e de repente sua vida não lhe pertence mais. O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e lhe deixa chorando na escuridão. E então uma simples frase como 'talvez devêssemos ser apenas amigos' se transforma em estilhaços de vidro rasgando seu coração. Isso dói. Não só na sua imaginação ou mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, é uma verdadeira dor-que-entra-em-você-e-o-destroça-por-dentro. Nada deveria ser assim, principalmente o amor.

Odeio o amor"





14 comentários:

John, O Lobo disse...

Exposição de motivos desse post:

Leitura de Sandman + pensamentos aleatórios no carro

Simples assim.

Comentador Fiel disse...

Já eu não concordo muito com essa visão reducionista do amor.

Mas concordo que essa é a face mais nociva dele.

Unknown disse...

é por essas e outras que eu amo o Gaiman...

Pequeno Grande Homem disse...

lembrando que esse aí é só um "tipo" de amor! Acredite cara, eu amo você, mas essa história de bagunçar por dentro é coisa da Gayman!

Natália disse...

Eu concordo, e não acho que seja um tipo de amor, acho que todo amor é assim. Amar é dilacerar em pedacinhos a gente.

Luara Quaresma disse...

Não tente entender, o amor serve para ser ignorado, vai por mim.

Sua simplicidade é genial!

:)

Rábula disse...

Lendo seus posts mais antigos é nítida a mudança que ocorreu em sua forma de escrever. Havia um John chato, que falava difícil e não era compreendido.

Há um John que consegue tornar um simples e bobo pensamento num texto que transborda sentimento e assume vida própria, misturando emoção e filosofia. Sua capacidade de sintetizar e deixar suas idéias claras estão beirando algo que não sei nomear.

Daniel Seixas disse...

Não me sinto confortável em opinar sobre o amor.

Rábula disse...

sobre o amor... discordo completamente disso. É absurda essa definição, coisa de quem não tem jeito com as mulheres, nunca pegou ninguém, ou levou chifre a vida inteira.

Pequeno Grande Homem disse...

O amor existe pra ser ignorado! kkkkk adorei!

Poeta Idealista disse...

Já escrevi umas 1500 teorias sobre o Amor, algumas baseadas em fatos concretos. Depois que eu morrer, alguém vai publicá-las e eu serei famosa pelo meu lirismo. Algumas histórias reais contribuíram pra que eu acreditasse, mesmo possuindo os pais mais céticos (no que se refere a relacionamentos) desse mundo. Mas nada nunca me fez mudar, nem o tanto que eu sofri. E acredite, que se eu fosse depender da minha sorte (pra qualquer coisa) eu tava ferrada. "Sorte" foi que eu nasci com um mínimo aceitável de inteligência, alguns poucos talentos e muita força de vontade. Mas o Amor é um ideal. Depois de 20 anos pensando a respeito, conclui que alguns conseguem, outros não. Eu sou suspeita pra falar, nasci na época errada, deveria ter nascido no séc. XIX e participado do Ultra-Romantismo. Tenho a impressão que eu amo demais para esse século.

Ilana Kenne disse...

Hm, sou suspeita pra falar do amor.
Sou uma romântica natural, embora não seja sensível e sentimental (deu pra entender?). Nasci pra casar e ter filhos. Nasci pra ser a princesa esperando o princípe e "viver feliz para sempre".

Eu acredito no amor.

E, ah, o amor é lindo...

Mas às vezes ele é tão lindo e tão grande que dói e dá vontade de chorar.E eu não sei nem se é de alegria ou de medo de perder.

Lecram disse...

Na maioria das vezes eu não consigo definir significados pra esses assuntos sociais, relacinamentos. Amor, amizade, namoro. Não consigo achar nenhum padrão que eu possa me basear e entender o que acontece ou aconteceu.

Aí tento ver de momento a momento. Acredito no amor, e tento viver ele enquando estiver acontecendo, concreto. Porquê depois sei que vai ser só lembranças. Mesmo pra amizade, namoro ou sei lá o que mais possa ter por aí... Nada vale mais do que se sentir bem/avontade com uns Amigos ou com qualquer outra pessoa que vcê goste. Naquele momento e pronto. Sem definições.

John, O Lobo disse...

Sábio Lecram