sábado, 5 de abril de 2008

Diké humana

O conceito de justiça é uma criação dos homens. Não existe na natureza a preocupação com algo que nós consideremos como justo. O mundo natural é regido pela lei da sobrevivência do mais apto. Se você é forte você vive, se você é fraco você morre. Simples assim. Nós, porém, transcendemos esse estado natural e chegamos a um nível que chamamos de civilização, onde, fortes ou fracos, todos temos direitos e deveres.

Foi nessa idéia de civilização que nasceu a idéia de justiça. Mesmo em um organização social arcaica encontramos formas de fazer justiça e de quebrá-la. Dos tabus até a norma estatal, nós viemos sempre criando novas definições do que é justo. Isso porém não muda o fato de que a natureza não é justa.

Podemos nos sentir mal, podemos chorar, mas a verdade é essa, no fim somos animais instintivos também, e como os outros estamos sujeitos à "injustiça" vigente. Alguns conseguem fácil algo pelo qual outros lutaram e não alcançaram. Alguns vivem, alguns morrem. Pensando bem não é justo. Sinto que não é justo. Mas sentimento e razão são criações humanas, e justiça é apenas um ideal.

Por outro lado, se não há justiça natural, há o equilíbrio. A força irresistível do balanceamento. Pode chamá-la de entropia se quiser, tomando, claro, o cuidado de saber que você fala de energia. Mais que a entropia do universo, acredito num equilíbrio quase místico, uma aurea mediocritas universal. Um dia então, a balança penderá pro outro lado e o saldo será zero, como deve ser.

**Frase do dia: "Tudo que se perde ganha, tudo se encaixa" - Pato fu (Tudo)

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