segunda-feira, 28 de abril de 2008

I wish I could feel no pain

Algo sempre me intrigou, e me deixou confuso e indeciso várias vezes. Desistir pode ser bom? Abandonar uma empresa é justificável?

É meio complicado pensar nisso, porque quando você pensa em desistir de algo, embora seja a coisa lógica e racional a se fazer, vem sempre (pelo menos a mim) aquele flash de heroísmo. uma centelha de otimismo cego que me faz tentar um pouquinho mais.

Essa síndrome momentânea de "this is sparta" (never to surrender, never to retreat) já me acometeu umas duas vezes e eu sempre lembro daquele ditado: Melhor fugir pra lutar outro dia do que morrer. Mas então eu lembro que heróis não nascem assim. Mas Heróis também não são malucos que se jogam na frente de balas à toa. São pessoas dispostas a lutar até o fim pelo que acreditam, pelo que amam.

Daí eu sempre penso, devo desistir do que eu quero quando a dificuldade beirar o impossível? Dizer "sim" pode parecer a resposta mais segura e que gerará dano mínimo a todos os envolvidos. Mas se eu disser "não", mesmo que isso seja ilusório, pode ser que aquela chance mínima se concretize e eu receba o maior dos prêmios. Desistir também sempre vem com uma carga negativa de covardia. Sempre parece que você está desistindo porque não tem força de vontade o suficiente.

Devo levar agora em consideração algo que eu vi em fontes diversas mas que não consigo lembrar com exatidão nem citar uma fonte. Existe o Ataque, que é num contexto mais cotidiano lutar ativamente pelo que você quer e correr atrás com tudo. Ignorar qualquer fator externo a si mesmo tomar de assalto o teu céu (Nietzsche adoraria). Por outro lado temos a Defesa, que é o ato de desistir. Mais que isso é abandonar completamente o desejo, obliterar de sua mente as lembranças do que te demoveu da segurança de tua rotina. Agir de forma absolutamente fria e abrir mão de qualquer coisa que apresente uma relação custo/benefício minimamente desfavorável a curto prazo.

Além desses dois opostos há a Impassividade. Ficar insensível por um tempo, tanto à razão quanto ao instinto. É o ápice do não-lutar. Essa impassívidade significa, em um breve intervalo, atingir um torpor absoluto, abandonando qualquer esperança ou qualquer vislumbre de presente e passado. É viver um dia atrás do outro sem pensar muito em nada. Isso até que seu coração ou mente acordem.

Qualquer um destes estados é momentâneo, e nós vivemos eles aleatoriamente o tempo todo. Mas é na hora, pra mim agora, que você não sabe decidir se ataca ou defende, ou se sabe que desistir é a solução, uma solução amarga que você não quer tomar, que devo ser impassível. Sem abandonar o sentimento, viver cada dia esperando seu coração acordar de novo.


7 comentários:

Pequeno Grande Homem disse...

O maior problema de não desistir daquilo que ja acabou, é que ele vai continuar carregando seu tempo e energia. Esse gasto vai pra uma espécie de vácuo, ou seja, não há retorno.

Às vezes, a impassividade é a melhor das defesas, é quase como uma vacina que vai te livrar de todos os sentimentos ruins. O Efeito colateral é você se esquecer que existem alguns sentimentos bons também. Impassividade sempre tem relação com a perda de foco, de metas e de alvos.

Desistir é perder. Algumas coisas a gente só aprende perdendo, e talvez seja a hora de começar tudo de novo, com uma nova estratégia e uma nova motivação. Mas também pode ser a hora de mudar a estratégia sem ter que desistir, ou somente mexer na estratégia.

Mudando de assunto, eu tive um Flash-Back mtooooo esparrado com o Obliterar aehuiaehoe só não lembro do que!

flw Lupa!

John, O Lobo disse...

O difícil é se convencer que acabou né =)

Rábula disse...

Marxista? O texto né?

Rábula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rábula disse...

Talvez se você virasse homem tudo seria mais fácil :D

Faça assim, fique rico e tudo se resolverá mais fácil.

E desistir, momentaneamente, não significa derrota ou covardia. Como você mesmo disse, é melhor recuar para lutar mais tarde (recuperar as forças, pensar em novas armas de destruição em massa e quem sabe até contratar mais soldados) do que morrer sabendo que iria morrer.

Acho que um herói precisa ser mais racional do que o resto do mundo, apenas isso.

Comentador Fiel disse...

Frágil né?

John, O Lobo disse...

HAuahuah
Fama uolat!