sexta-feira, 28 de março de 2008

auto-análise ao volante

Flaubert disse que o melhor modo para se pensar era sentado, Nietzsche disse que era caminhando, alguém mais inteligente que os dois disse que era durante o banho. Já eu acho que o melhor momento pra se pensar é quando se está dirigindo.

Vim pra casa ao som de SUM-41 e pensando nessa onda miraculosa de otimismo em que eu ando. A pouco tempo atrás eu diria que tenho um monte de motivos pra ficar triste, mas não sei porque, me sinto estranhamente alegre. Seria o fim da minha nerdice? Vamos aos fatos: esses dias durmi às 3:00 am assistindo rurouni kenshin. Hoje, enquanto meus amigos estavam dançando forró eu ouvia SUM-41. Resultado: Minha nerdice continua intacta.

Mas então por que o mundo parece tão mais divertido?
De alguma forma, alguma coisa mudou. O que me diferencia daquele garotinho que havia acabado de sair do colegial? Aquele garoto que nunca errava, que era frio e não lembrava o nome de ninguém?
Bom, agora eu lembro o nome de algumas pessoas.
Além disso, comecei a pensar mais na importância de errar, e até mesmo de ser mais humano (O_o).
Quando eu saí da escola, estava atrás de uma ilusão. Acabei chegando naquele túmulo de concreto, e todo mundo me parabenizou por isso. Naquela época eu agi assim pra me tornar melhor, pra merecer aquilo que eu queria. Mas no fim a miragem se desfez eu acabei aprendendo sim, mas foi com aquilo que eu fiz de errado. Olhando pra trás não consigo deixar de imaginar que cada passo daquele balé sinestésico era coreografado com o único intuito de me trazer até aqui.

Algum tempo depois, curti mais um ano de anomia, até que embalei em outra viagem super-legal. Mais sério dessa vez. E tinha muito mais em jogo, só que mesmo assim eu quis arriscar. Enfim, não deu certo. Culpa minha. Mas valeu a pena, aprendi muito mais do que em muito tempo, só me deixa mal saber que eu deixei alguém triste.
No fim acho que estou feliz por que cheguei numa verdade muito valiosa, que nem deve ser grande mistério, mas que eu demorei a descobrir. E sei a quem agradecer.

**Frase do dia: "Beijar mocinhas é para heróis" - sábio Gladiador dourado.
Frase do dia²: "I'm not going, 'cuz there're some things that I can't bear seeing yet" - By myself.

John, o portador da chama de Anor e guardião do inglês errado.

4 comentários:

Comentador Fiel disse...

essa frase do Gladiador é um lema Nerd.

anyway, já pensou se tivese dado certo a primeira situação? Talvez você estaria em Mecatrônica até hoje, não teria participado do Engodo, não seria monitor do prevest, não teria conhecido a outra cocota, e não teria aprendido tanto.

Ou seja, porque seria um erro? Será que não foi a coisa certa a se fazer naquele momento? Mas isso são
divagações minhas, que acredito em destino... E se há destino, não existe erro, pois você não tem escolhas... esse Deus, Sempre de Binks com a galere.


ps: "Você tentou e fracassou, a lição que tiramos disso é: Nâo Tente!" by HOmer Simpson

ps²: "A culpa é minha e eu ponho em quem quiser!" Homer Simpson

Diaz disse...

Hmn! Ainda bem que tá deixando de ser emão. Sei lá. A sua vida deve ter sido bem diferente da minha. Deve ter sido muito cobrado pelo seu potencial durante sua adolescencia e cobranças são um saco. Sempre fui muito livre e nunca tive muitos planos traçados de forma concreta. Isso foi divertido até um certo ponto, mas chega uma hora que responsabilidades são necessárias. Esse ponto na minha vida é agora. Não tá sendo muito divertido, mas é que nem você disse. Temos que aprender com os erros. Eu errei em ser relaxado uns anos atrás e agora tenho que correr atrás, mas eu também ando estranhamente alegre. Acho que é o alinhamento de saturno e júpter.
Enfim.
Eu acho que você vinculava sua felicidade a alguém e por isso era tão frio e agora que está vendo que você é o dono da sua vida tudo parece mais divertido.
aloha!

Diaz disse...

p.s. - as frases do hommer são otimas. haha

Ilana Kenne disse...

E quem disse que os nerds não se divertem?

Ok, eu não sou o estereótipo de nerd. (Ao menos não hoje.) Mas ainda conservo um pouquinho desse meu lado...a gente não consegue fugir do que é de verdade.

Mas qual o problema de mudar um pouqinho, às vezes? Eu era uma nerd que adorava ouvir Britney Spears. E agora eu sou uma semi-nerd que volta pra casa ouvindo de Chopin à Britney Spears, passando por John Lennon e Zeca Baleiro. E daí?!

E eu leio desde "Memórias de uma gueixa" à "A idade da razão", e daí?!

A gente tem que ser, e pronto. Tá, tá,eu entendo que "nós" nerds temos que passar por crises filosóficas existenciais. Mas que porcaria, pra quê elas servem?!