segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Esboço de inverno - Parte I

Um pequeno conto que estou escrevendo, vou postá-lo em duas ou talvez três partes, mas calma, não é longo ^^


Esboço de inverno - Parte I


“Que frio fazia naquele dia!”, pensaria Júlio alguns anos depois...


Júlio tinha o costume de ir a uma praça, meio esquecida pelo resto da cidade, para desenhar. Mas justo naquele dia haviam pedido pra que ele ficasse na escola até mais tarde para ajudar na decoração para a feira medieval, que seria em uma semana. Essa “ajudinha”, que ia demorar só uma ou duas horas, acabou se estendendo pela tarde toda. Mas o passeio diário à velha pracinha era sagrado! Mesmo naquele entardecer invernal ele decidiu se sentar, nem que fosse apenas por uns instantes, no banco da praça e rabiscar alguma coisa.

A vantagem, pelo menos para Júlio, que aquela praça tinha sobre as outras é que quase ninguém ia lá. Lá, ele podia se sentar e desenhar sem ser incomodado, poderia observar atentamente o cenário imutável das estátuas na fonte ou simplesmente aproveitar o silêncio e descansar a cabeça. Mas nesse dia, tinha alguém sentado na praça. Não que ela fosse assim tão abandonada, mas poucos ficavam ali naquela praça distante e sem atrativos óbvios. Além disso, a pessoa que agora ocupava um dos bancos era bastante notável; uma linda garota, ruiva e de olhos claros, com um gorro colorido na cabeça e esfregando as mãos enluvadas. Júlio sentou no banco do outro lado da praça e pegou seu caderno de desenhos. Mas, por trás do papel, aquele tímido garoto de óculos observava sua peculiar companhia.

A garota de cabelo rubro, curto, pouco abaixo das orelhas, parecia estar esperando alguém. De quando em quando olhava para os lados e esfregava as mãos. Júlio não deixou de notar como a pele branca combinava com os lábios rosados.... pôs-se então a desenhá-la!

Rápido com o lápis, em minutos Júlio passou do esboço aos traços mais gerais. Desenhou o formato do rosto, do queixo nem tão fino e do nariz nem tanto afilado. Eram traços de uma estonteante harmonia, pensou. Tanto o rosto quanto o corpo da garota eram esguios e bem formados, não havia sinal algum de imperfeição, ela era simplesmente mágica!

Júlio desenhara o cabelo que despontava vermelho sob gorro e seu traço fluido acabava de dar os últimos detalhes daquela boca tão pura, tão virginal que parecia incapaz de despertar qualquer lascívia. Por fim, faltavam os olhos...


Amanhã eu continuo a postagem, espero que gostem.
Até lá, amigos.

3 comentários:

Nanda disse...

"tão virginal que parecia incapaz de despertar qualquer lascívia"

Quer dizer que virginal é incapaz de despertar lascívia?

Huhuahuahuahua, só vc, John!

Está muito bom, não deixe de postar o resto, Júlio. Ops, John!

Comentador Fiel disse...

Me reservarei a comentar quando for postada a segunda parte.

grato

Unknown disse...

John Surfistinha?!?!


Brincaderinha! Ficou muito legal seu blog e todos os posts (até agora).