sábado, 23 de agosto de 2008

Prefiro toddy, e daí?

Fico sinceramente grato pela oportunidade de, ontem à noite, ter participado de um dos experimentos sociológicos mais enriquecedores e relevantes para a ciência das relações interpessoais: Uma festa de universidade! Não foi exatamente uma feeeesta. Foi tipo um recorte experimental da realidade de um evento dionisíaco universitário em full-size. Mas como foi uma festinha do Direito, a variedade de espécimes no ambiente de controle não era muito alta. Exceto talvez por dois ou três elementos nerds destoando do cenário. Que nem um "onde está wally?".

A tal festa consistia no batizado dos jovens e frágeis calouros do Direito, marcando o fim de suas vidas mimadas e ociosas e a sua entrada na dureza do ensino superior. Bêbados, os pobres calouros são moralmente sodomizados pelos veteranos, embebedados e obrigados a participar de rodadas de twister que ferem o Direito à dignidade humana. Mas é divertido pacas. Porém, não deixo de pensar, os ritos de passagem já foram melhores. Incendiar vilas, deflorar donzelas e saquear tesouros. Isso sim forma caráter.

Mas toda essa explosão hormonal na forma de Créu (velocidade 5) pode ser um local propício ao exercício da maiêutica (falei bonito, não?). Em dado momento, quando todos os outros seres do recinto buscavam a forma mais rápida e eficiente de descolar uma tequila, eu pensei em futebol.
Mas hein?? Futebol?? Bom, começou com ele, hehehe.

Sabe, foi mais uma daquelas festas em que em dado momento eu paro e me pergunto o que eu estou fazendo aqui. E vou embora. Só tenho certeza de uma coisa: Essas baladinhas maneiras não são o meu lugar. Não tenho o traquejo social necessário, sendo, portanto, praticamente impossível que eu me insira harmonicamente no grupo.Tentar exercer um papel relevante dentro de tal ambiente é simplesmente antinatural para este nerd. Se eu quero aproveitar de fato meu potencial, preciso jogar pelas minhas regras, levar o jogo para o meu campo. Jogar na casa do adversário é meio caminho para a derrota. Qualquer referência a esportes nesse post acaba aqui.

O jovial Ovídio já ensinava que a arte de amar é transformar em jogo o que, evidentemente, não é um jogo. À parte do sentimento, tem a conquista, e aí valem as lições de Sun Tzu. É preciso estar seguro do terreno, e é preciso aproveitar suas vantagens pessoais. Ser sincero e consciente de si mesmo, essa é a chave do sucesso. Seja no amor, seja em uma partida metafórica de xadrez contra a morte. A resposta para a pergunta "Por que daquela vez deu certo?", meu caro comentador, está no sujeito e não no objeto. Deu certo porque eu não me forcei a agradar, porque não houve preocupação com a forma, e o foco se manteve, portanto, no conteúdo. Daquela vez a impossibilidade era bem maior e deu certo, porque eu surgi como uma escolha, não como uma obrigação. E por algum motivo resistimos a coisas que parecem lógicas e coerentes demais.

Basicamente é isso, se você é nerd, e prefere toddynho a vodka, não tente chamar atenção entrando em um concurso de bebedeira. Mentir pra si mesmo é a pior mentira.
E nos últimos tempos tenho me sentido patético fingindo que sou durão.

6 comentários:

Comentador Fiel disse...

Os calouros viadinhos foram todos para a FAU, ridículo.

E nossa conversa e você usando aquela cantada com as cocotas valeram a noite!

John, O Lobo disse...

AHuahau, lá tinha mais mulher, eu também iria!
E aquela cantada é simplesmente genial!

Unknown disse...

Toddy é bom e você é autista hauhauh, pronto só isso! ;)

Ilana Kenne disse...

O batizado não foi legal pq tu não trabalhou no bar. Nunca pensei que trabalhar poderia ser tão divertido! =D
[Outro exemplo: agora estou no estágio sem nada pra fazer... fuçando blogs por áí. oO]

Daniel Seixas disse...

Toddy humilha!!!

Nanda disse...

"Jogar na casa do adversário é meio caminho para a derrota."

É verdade.

Apesar de ter achado essa festa muito miada, eu gosto muito de batizados. Música alta, sentidos fora do normal, todo mundo procurando alguma coisa...