domingo, 6 de janeiro de 2008

Mais romantismo


A mola propulsora do romantismo parece, para mim, ter sido as grandes contradições existentes na Europa dos séculos XVIII e XIX. Se por um lado a ciência se desenvolvia com a velocidade das máquinas à vapor, por outro esse avanço não era experimentado por todos. Enquanto a Inglaterra estava na vanguarda da modernidade, a um passo do século XX, a Alemanha por exemplo ainda era um conjunto disperso de estados feudais, que, a exceção da Prússia, permaneciam totalmente fora da conjuntura global de comércio, colonização, etc...

Os ânimos europeus, principalmente dos jovens, se arrefeciam pelo desapontamento com os rumos da revolução francesa, os ideários burgueses se mostravam tão torpes e predatórios quanto os do Antigo Regime, até mais. O resultado foi uma onda de escapismo, de negação da realidade desencantada por parte primeiramente dos românticos na França, Inglaterra e notavelmente na alemanha.


O movimento de codificação do Direito alemão e seus opositores mostram bem essa dicotomia que existia na europa. Sem entrar nesse mérito, podemos também lembrar que para a parte oriental da Europa, a Idade Média tinha deixado rastros bem próximos, como povos considerados bárbaros sendo uma ameaça palpável a coisa de um século ou menos. E isso serviu para alimentar o já rico imaginário popular. Portanto, a modernidade ocidental entrava em choque com a cultura popular, fortemente retrógrada. O movimento romântico surgiu então exaltando a cultura popular, como se vê nas músicas de Wagner ou na literatura de Goethe.

Esse é um assunto bem longo e um mero blog seria pouco digno pra tentar divagar mais sobre isso. Então fiquem aí com esse parcos dados reunidos por uma mente imatura.


Até a vista, camaradas de revolução!


**Só é digno da vida aquele que vai, todos os dias, à luta por ela -
Johann Wolfgang von Goethe**

Um comentário:

Ilana Kenne disse...

John,tenho que discordar de ti em alguns pontos. Não creio que o romantismo tenha sido criado como uma forma de fuga da realidade. Assim o é toda a literatura!

Se na Idade Média já eram contadas oralmente as histórias do rei Artur e na Idade Moderna Shakespeare remontou as histórias daquele tempo,"criando" Romeu e Julieta e,melhor ainda,o fabuloso "Sonho de uma noite de verão"- total exemplo de fuga, já que envolve ninfas e etc.-, não consigo entender o Romantismo como uma novidade pela distração, mas pela forma como essa distração se dá.

No mais, adorei tua linha de raciocínio. =]