quinta-feira, 24 de julho de 2008

Interpretando


Em essência, é isso

A dogmática jurídica aceita o sujeito de Direito como um ponto de convergência das normas. mais que isso, o Sujeito é uma construção, é a união de uma série de papéis sociais. O pai, o empregado, o contratante. A União desses papéis pré-estabelecidos define o que você é, do ponto de vista jurídico.


Mas indo além do Direito, a questão eterna do "quem sou eu" ainda me intriga. Existe dentro de mim alguma essência que é diferente da essência dentro de você? Ou somos apenas o conjunto de papéis que decidimos interpretar?
Nós usamos máscaras diferentes em cada situação, isso eu já sabia, só que acreditava em uma essência por trás delas. Hoje imagino se há algum rosto atrás da máscara.

Li isso aí pela internet. É justamente por não termos essência que somos livres. Podemos assumir o papel que quisermos nessa peça de teatro que é a vida. Ainda não aceito muito bem isso e não tenho opinião formada. Mas uma coisa começa a se construir como aceitavelmente correto pra mim. Independente de haver uma essência, o meu EU se expressa tanto dentro quanto fora de mim.

Eu sou essa consciência pensante que corre na velocidade da luz pelos neurônios, que cria suas próprias leis de moral, que fala num lugar onde ninguém pode ouvir. A esse Eu, ninguém mais tem acesso. Porém também sou o cara pacato, que nunca se irrita, que fica calado, que ri e abraça só algumas pessoas. Esse é o que todo mundo vê, o único que outras pessoas podem atingir. Só que isso tudo muda. Minha moral muda, minhas conclusões mudarão, o modo como eu reajo ao mundo mudou. Então o EU de hoje já não é mais o EU de ontem?


Heráclito, companheiro de bebedeira, diria que sim.


P.S.: Lá no fundo, eu ainda acredito em essências. Mas elas podem ser moldadas.
Com algumas coisas em mim vocês podem sempre contar.
Ookami wa ookami.

6 comentários:

John, O Lobo disse...

[Comentários do Diretor]

Nesse aí já caiu a qualidade. Culpo o sono. Estarei tomando nota dos pontos fracos que vocês acharem.

O título alternativo era Hermenêutica sentimental. Mas achei que não fazia sentido e mudei de idéia.

[/Comentários do Diretor]

Nanda disse...

Caiu a qualidade? Pq? Não achei... Ficou profundo sem ser clichê.

Pra mim, o único defeito é que o primeiro parágrafo fala sobre Direito (eeeeeeeeh, brincadeirinha).

Beijinho.

Comentador Fiel disse...

pra mim tem que ter um lugar pra pendurar a mácara.

Mandy disse...

só abraça algumas pessoas? azar! vou continuar te abraçando quando vc pretendia dar um aperto de mãos... uhauhauhauh
não vi a queda de qualidade também não

Rábula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rábula disse...

eu acredito que há uma única essência por trás de todas as máscaras (claro que uma em cada pessoa. A minha não é a sua). Já que, pelo menos as minhas máscaras, são conscientes. Por mais que as pessoas conheçam um rábula em casa, outro no prevest, conhecerão outro na unb (;P), o rosto por de trás dessas máscaras é o mesmo.

Acredito também que a essência pode, e é, moldada. Constantemente, seguindo a dinâmica do mundo. Mas não acho que em cada máscara há algo como uma pessoa diferente. Se assim fosse pareceria que olharíamos a vida de fora. Teríamos algo como uma visão de vida, não da vida.

E, para isso, já existe o vídeo game.