Ah, fala sério.
Pra começar, deixo claro que sou a última pessoa na Terra que ainda não viu o novo filme do Batman. E admito que o coringa é o segundo lugar na minha lista de vilões mothafuckers. Mas depois de ler "A piada mortal", considerada por muitos uma das melhores aparições do palhaço, começo a achá-lo mais digno de pena do que de medo.
Ele não tem um motivo pra fazer o que faz. É só um pobre coitado que perdeu a família de uma forma abrupta, mais parecendo uma piada pervertida que a vida contou num bar stand-up comedy de 2ª classe. Depois foi feito de mané e se jogou dentro de um sopa maluca de produtos químicos. Ele sempre foi um fraco. Mesmo antes de perder tudo, lhe faltava um certa firmeza de caráter que se espera em um homem. Agora, sozinho, desfigurado, amargurado, o comediante fracassado entrega-se nos braços da loucura, sendo consumido pela irracionalidade que o cerca.
O gancho para "A piada mortal" é o sequestro do comissário Gordon. O Coringa o leva a um parque de diversões abandonado e o lança em uma sádica viagem de terror psicológico. Ele deixa o comissário indefeso, nu, impotente. Amedrontado. E o intuito disso tudo é provar que qualquer um pode ser louco. Basta ter um dia ruim.
Talvez o papel mais importante do coringa seja questionar a sanidade. Em um mundo irracional e caótico, qual o sentido de manter a ordem e a moral? Se eu me arriscasse a responder, diria que sem pontos de referência, sejam eles pressupostos morais ou leis opressoras, as pessoas simplesmente quebrariam e a humanidade cairia em uma espiral de violência que por fim nos levaria ao suicídio coletivo. Só que o Coringa esqueceu, ou melhor, nunca soube, que não basta ter um dia ruim para entrar em colapso. Existe algo, que não sei se é caráter, força de vontade ou doutrinação externa, que serve como uma barreira à psicopatia do mundo. Quanto mais forte essa barreira, mais você aguenta. E isso o comissário mostra quando, finalmente salvo pelo Batman, diz: "Pegue-o, mas de acordo com a lei. Mostre que o nosso jeito funciona".
Por fim, temos um genial diálogo entre o Batman e seu arquiinimigo. Chega a ser irônico como os dois são lados que se confundem. Os dois loucos, mas de maneiras diferentes. O batman é a loucura contida, as pequenas estranhezas que nos tornam seres singulares. Desde o meu amigo que tem TOC, até a minha incapacidade de me livrar de qualquer coisa velha. É a normalidade, ela mesma nada mais que um nível de insanidade socialmente aceitável.
Por outro lado o Coringa é a perda de controle, o crepúsculo da mente humana. Ele pode parecer genial, mas o limite entre genialidade e insânia é confuso. Perdoem-me, mas o vejo como um ser miserável que afundou tanto no fracasso que perdeu sua própria identidade.
Genial sim, foi a piada que ele conta no final da Hq.
**Ah, meu vilão favorito? À parte minha dificuldade em eleger favoritos, eu diria que é o Lex Luthor.
Pra começar, deixo claro que sou a última pessoa na Terra que ainda não viu o novo filme do Batman. E admito que o coringa é o segundo lugar na minha lista de vilões mothafuckers. Mas depois de ler "A piada mortal", considerada por muitos uma das melhores aparições do palhaço, começo a achá-lo mais digno de pena do que de medo.
Ele não tem um motivo pra fazer o que faz. É só um pobre coitado que perdeu a família de uma forma abrupta, mais parecendo uma piada pervertida que a vida contou num bar stand-up comedy de 2ª classe. Depois foi feito de mané e se jogou dentro de um sopa maluca de produtos químicos. Ele sempre foi um fraco. Mesmo antes de perder tudo, lhe faltava um certa firmeza de caráter que se espera em um homem. Agora, sozinho, desfigurado, amargurado, o comediante fracassado entrega-se nos braços da loucura, sendo consumido pela irracionalidade que o cerca.
O gancho para "A piada mortal" é o sequestro do comissário Gordon. O Coringa o leva a um parque de diversões abandonado e o lança em uma sádica viagem de terror psicológico. Ele deixa o comissário indefeso, nu, impotente. Amedrontado. E o intuito disso tudo é provar que qualquer um pode ser louco. Basta ter um dia ruim.
Talvez o papel mais importante do coringa seja questionar a sanidade. Em um mundo irracional e caótico, qual o sentido de manter a ordem e a moral? Se eu me arriscasse a responder, diria que sem pontos de referência, sejam eles pressupostos morais ou leis opressoras, as pessoas simplesmente quebrariam e a humanidade cairia em uma espiral de violência que por fim nos levaria ao suicídio coletivo. Só que o Coringa esqueceu, ou melhor, nunca soube, que não basta ter um dia ruim para entrar em colapso. Existe algo, que não sei se é caráter, força de vontade ou doutrinação externa, que serve como uma barreira à psicopatia do mundo. Quanto mais forte essa barreira, mais você aguenta. E isso o comissário mostra quando, finalmente salvo pelo Batman, diz: "Pegue-o, mas de acordo com a lei. Mostre que o nosso jeito funciona".
Por fim, temos um genial diálogo entre o Batman e seu arquiinimigo. Chega a ser irônico como os dois são lados que se confundem. Os dois loucos, mas de maneiras diferentes. O batman é a loucura contida, as pequenas estranhezas que nos tornam seres singulares. Desde o meu amigo que tem TOC, até a minha incapacidade de me livrar de qualquer coisa velha. É a normalidade, ela mesma nada mais que um nível de insanidade socialmente aceitável.
Por outro lado o Coringa é a perda de controle, o crepúsculo da mente humana. Ele pode parecer genial, mas o limite entre genialidade e insânia é confuso. Perdoem-me, mas o vejo como um ser miserável que afundou tanto no fracasso que perdeu sua própria identidade.
Genial sim, foi a piada que ele conta no final da Hq.
**Ah, meu vilão favorito? À parte minha dificuldade em eleger favoritos, eu diria que é o Lex Luthor.
10 comentários:
Também não vi o filme ainda. E isso não é convite (só pra deixar claro).
As pessoas de identficam mais com o coringa do que com Lex, é só essa a verdade.
Você é muito Mainstream. O mehor vilão é o Ozymandias, do Watchmen.
Lex Luthor é bom, tem intelecto nível doze, conseguiu falir o Bruce Wayne e convencer o Capitão Marvel a ser seu aliado, mas fica fugindo igual um covarde do Andróide.
Sobre o Coringa:
-Não confie no que ele diz, ninguém sabe a origem do Coringa, segundo o próprio autor. O que ele conta no filme e nos quadrinhos são só piadas, demonstrações do senso de humor doentio.
-A melhor coisa da HQ nem é o Comissário Louco e sim o que acontece com a Batgirl.
-Eu não consigo nem imaginar o que é um dia ruim. Na minha cabeça caráter, moral, ordem e outros não existem nesse dia.
- Coringa está lonnnge do fracasso, tudo o que ele quer ele consegue, menos matar o Batman, apesar de que eu tenho minhas dúvidas se essa é a vontade dele. Afinal, o que seria do mundo sem o Batman?
Ah, muito melhor do que qualquer um dos vilões citados é o Darth Vader, por mais que, na minha opinião, ele não é um vilão, mas o verdadeiro herói da história =P
O Lex também é muito legal, muito mais humano do que o Superman e, portanto, muito mais interessante.
Concordo com o Gustavo, não acho que o Coringa seja um fracassado, e não é que ele não tenha motivo para fazer o que faz, ele só gosta de brincar =D
Se for aceitável considerarmos os caras maus sem ser de quadrinhos, nã nenhum tão fantástico quanto o Hannibal Lecter (he rocks!!!)
Ele não conta a história dele. A história é contado em paralelo, ele não está narrando a própria história nessa Hq.
Bom, se um cara com aquela história de vida não é um fracassado, não sei o que é fracasso. É só ler e vê-lo chorando. Pra esposa, pra polícia, pros mafiosos... E mesmo depois de ser o Coringa. O que ele conseguiu? Ele não tem objetivo definido, então nunca terá sucesso.
Eu digo que ele é um fracasso pq ele não conseguiu encarar a realidade.
Existe um dia suficientemente ruim pra todo mundo, só que é seu caráter/moral/cabeça que vai definir o quanto vc suporta. Tem gente que perde o controle com pequenos imprevistos e outros que não se abalam mesmo com terríveis tragédias.
E o legal do Lex Luthor é que ele não é mau. Ele é orgulhoso, egoísta e frio. Só que seu objetivo é matar o super-homem.
Em algumas Hq's, quando Lex Luthor vence e se torna presidente, ele é o melhor líder da história da humanidade. Ele tá mais pra antagonista do que vilão simplesmente.
Vilões mesmo são os Hiperbóreos!
pééééééééééé
não me parece uma história narrada em paralelo...parecem lembranças, pois nunca são claras e aparecem em momentos chave da história, não dá pra dar exemplos porque seria spoiler. E o próprio Coringa diz:
"as vezes eu me lembro de um jeito, as vezes eu me lembro de outro jeito."
Melhor líder só se for pros nerds, porque sua gestão foi baseada inteiramente no tecnocentrismo. E ele deu sorte, já que como ele fudeu com a LJA, qualquer supervilão que aparecesse, tipo o Doomsday, o Andróide ou qualquer outro acabaria com a Terra com facilidade.
E a última piada realmente é muito boa, porque ele humilha o Batman com uma analogia simples.
Ainda acho que é um história paralela. Pelo menos tá no estilo de outras aventuras do Batman. Em asilo Arkham por exemplo, eles contam a história do fundador do asilo. E é do mesmo jeito. Por favor, cite a página em que você viu qualquer ligação entre as duas histórias de modo a deduzir que a história está sendo contada, ou é uma memória adulterada do coringa.
"O homem comum passou a viver até os 180 anos"
"O câncer desapareceu, a Aids foi para os livros de história."
Sem citar os milagrres econômicos e sociais que Lex fez. Enfim, eu gostaria de ter um líder desses. Foi melhor que qualquer ditadura do Super escoteiro.
vote em mim então :D
Nem vou procurar...
enfim, num mundo perigoso como o da DC, câncer e aids não são as maiores preocupações.
huahuauhauhuhauhahuuhahuaha! Não são mesmo!
Gostei do post.
Beijo e sudads
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