terça-feira, 30 de dezembro de 2008

31622400

Há um ano eu criei esse blog. 366 dias atrás.

Tanta coisa mudou, o mundo parece diametralmente diferente do que era. Mas tanta coisa ainda precisa mudar!
Esses últimos sete posts foram uma retrospectiva íntima desse ano, são quebra-cabeças que só eu tenho todas as peças, então não se preocupem se não fez sentido ou se pareceu faltar alguma coisa. Foi só uma olhada pro passado. Agora voltamos à nossa programação normal.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Dies septimus



No alvorecer de um dia marcado pela escuridão, enfim descansei.

As incertezas se multiplicavam. Mas elas vinham agora de um enorme vazio, que embora fosse um tanto doloroso, se abria em infinitas possibilidades. O problema é que essas possibilidades me deixavam completamente perdido.

Nesse dia eu pensei novamente sobre qual era a natureza correta a se seguir, quis saber se era certo transformar a vida em um jogo, até imaginei como seria o futuro. Esse tempo de questionamento me fez desenvolver um interesse forte em epistemologia e uma descrença notável nos dogmas.

Dirigia à noite ouvindo coldplay, enquanto eu sonhava com uma felicidade que parecia estar a um braço de distância. Eu queria correr o perigo de viver! Como um exercício de frieza e objetividade, dissequei o amor e criei a minha teoria científica desse sentimento meloso. Foi uma brincadeira divertida! A idéia era reencenar as briguinhas entre Einstein e Bohr. Eu era Bohr, porque einstein era pop.

Contudo, eu ainda sentia, lá no fundo, que por incontáveis horas eu apenas desviava minha atenção do que realmente sentia. Me perdia em pensamentos pra não lembrar que tinha abandonado muito do que eu acreditava. Não consegui olhar pra quem me procurava, e tive medo de olhar pra quem eu queria. Quando será que eu iria enfim gostar de alguém só pelo que ela é? Pensar nisso me fazia imaginar se agente gosta mesmo de alguém por seu ser, ou se procuramos aquilo que ela representa. Sentimentos são confusos. Afeto e raiva parecem se confundir, ou eu os faço similares. Não sei bem, porque não sou familiarizado com a raiva.

O sétimo dia foi um dia de abrir a janela da carro e sentir o vento forte. Assim, descansar a mente, esperar um pouco pra mais tarde abrir os olhos e descobrir um mundo admirávelmente novo!

E ainda descanso.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Dies sextus


E do pó se foi criando um homem. O retrato imperfeito de uma forma universal, o primeiro passo na busca de uma potencialidade.

O sexto dia marcou o fim de um sonho, mas foi o início de uma jornada. Para me afastar do passado eu procurei refugio no conhecimento. Os posts, em um primeiro momento, evitavam trazer de volta sensações dormentes. Escrevi sobre um dos anos mais simbólicos do século XX, sobre uma música que eu gosto e uma tirinha que eu sou fã, e até um que era só um link pra um blog que eu lia.

Com o tempo, eu comecei a usar a filosofia pra não pensar. Irônico, no mínimo. Me concentrei em estudar alguns pensadores e debrucei-me sobre meus próprios pensamentos, onde encontrei nada mais que incertezas. Consciente disso, decidi parar de procurar um sistema que fosse universal. A única coisa que parecia capaz de abarcar toda a complexidade do universo é o subjetivo e duvidoso bom-senso. E assim passei a tentar seguir de acordo com a medida das coisas. Além de ser um dos melhores posts daqui, pra mim. Eu queria assim ser mais complacente, com meninos e meninas. E comigo mesmo. Quando escrevi sobre garotos, falava comigo mesmo.

Eu não sabia bem que papel deveria assumir, e estava atônito com a nova percepção que eu tinha do mundo.As pessoas me pareciam assustadoramente próximas. Ao mesmo tempo uma dorzinha ainda batia lá no fundo; E se tudo fosse diferente? Eu poderia viver encontros bem inesperados. Poderia ter feito nossas horas durarem pra sempre.

Foi um tempo em que tive minha maiores inspirações. Mas acabei me acostumando com a solidão. Percebi que desde o começo, escrevia pra que ela lesse, e quando olhei pra trás vi que quando ela lia todo dia, eu escrevia todo dia, quando ela não lia, eu passava dias sem postar nada. Então parei e decidi que eu não poderia manter as coisas como estavam. Chega de ilusão, chega de esperança, chega de heroísmo. Eu sabia o que tinha que fazer, sabia qual era o meu dever, e finalmente resolvi seguí-lo. Não vou mais mexer nas feridas, melhor deixar sarar.

Como eu havia prometido, parei de falar de dor, de coração, de ilusão. E os posts foram ficando cada vez mais raros. Só apareciam quando eu lia um gibi, ou discutia com alguém. E sempre meio ranzinza. Eu tinha muita coisa pra falar, mas não devia. certas coisas não devem ser ditas. O meu jeito foi escrever um quebra-cabeças em que faltavam pedaços. Onde cada leitor só podia montar a sua parte na figura, e só eu via a imagem toda.

Ah, coração humano que me traía! Vi que era muito difícil, fazer o que eu já havia pedido que fivzessem: tirar da cabeça quem não sai do coração. Qualquer minuto de desatenção e num instante uma música te faz lembrar dela! Lampejos de esperança iam e vinham.

Contudo o dever era inescapável. Eu tinha que agir segundo o dever. Mas era tão difícil!
O imperativo categórico realmente cheira à crueldade.

E a escuridão do terceiro dia se confundiu com a escuridão do próximo e eu esperava a alvorada no sétimo dia.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Dies Quintus


E aqui nascem os peixes e répteis, mas não tenho analogia pra isso.

É engraçado o modo como meus sentimentos eram contraditórios nesse dia. Eu dirigia ao pôr do sol ouvindo The Kooks e me sentia feliz, mais leve, como se houvesse tirado um peso do meu peito. Acho que eu me sentia mais humano. Mas isso me assustava e me assustava o modo como issa havia alterado meu plano inicial pra esse blog. Eu queria ser tão frio quanto no passado. Era até bom, mas no fundo eu sabia que uma hora essa frágil alegria ia cair aos pedaços.

Foi também nesse dia que eu abandonei meu medo de uma vida medíocre e comum, meu desejo de poder, e vi que a felicidade é o que dá sentido a existência humana. Nossas vidas não têm sentido fora de si mesmas, o importante é estar bem. esse mesmo dia também foi um pouco doloroso, porque enquanto as estrelas do lobo brilhavam sobre mim, eu vi toda a tristeza e beleza de um mundo que nunca seria meu. Lupus e virgo dividiam o mesmo céu, mas nunca estariam realmente juntos. E foram essas estrelas que me inspiraram a escrever aqui, durante esse tempo.

Eu era um mártir bobo, me machucando sem motivo. Que respostas dolorosas eu recebi sobre o que eu dizia! Não imerecidas, é claro. Eu forjei uma alegoria boba pra isso, pra quando eu perdesse o meu coração no inverno, e desesperado pedi ajuda ao céu. A confusão só crescia e no ápice de minha fraqueza, eu me traí. Quebrei minha palavra. Dei o último golpe em uma amizade sacrificada no altar de deuses tão volúveis.

E veio a noite do quinto dia, uma noite sem brilho, quando mais uma vez, ouvi The Kooks.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Dies Quartus


Na madrugada do dia quarto um lobo amargurado uivou para a lua nascente. Eu passei a achar que a leveza que eu sentia era muito mais torpor que felicidade. Estava tão perdido com o rumo que as coisas tomavam que mal percebia o céu estrelado que se abria à minha frente.

Drummond, Quintana, Bandeira, esses caras foram os companheiros desse dia, em que eu
sonhava em esquecer as pequenas tragédias do momento. A alvorada teimava em não chegar e eu só queria que aquele dia terminasse de uma vez. Mas eu fui pensando, e pensando, e pensando, tanto que acredito ter chegado a muitas conclusões importantes. Esse dia de dolorosa sonolência tambem foi um dia de importantes lições. Contudo, havia uma lição que eu não havia aprendido, e que embora já conheça, ainda não consigo seguir fielmente. Eu me enganava. Eu escrevia pensando em alguém, mesmo jurando que apenas reproduzia o que aprendi. Bobagem. Quando eu desprezei passado e futuro, não havia entendido completamente a ilusão do tempo, nem entendi. Vejo claramente que eu só estava justificando o que eu havia dito a alguém. O que era pra ser uma lição de desprendimento acabou sendo mais um argumento fútil de um debate que estava perdido desde o começo.

Ah, como eu sentia saudades dos
velhos tempos. A vida era mais fácil, sem preocupações. Mas não dá mais pra voltar, tive que seguir em frente. Desse dia em diante eu escolhi a impassividade, não queria mais lutar, pra não machucar mais ninguém. E assim eu fiz durante um tempo. Eu acredito em uma ordem extremamente precisa do universo e ser o mais racional possível parecia a coisa certa na época.

Quando eu revia todo o
caminho que havia feito, sentia uma vontade enorme de terminar de uma vez essa jornada maluca. Porque eu não chego logo ao último ato dessa caça-ao-tesouro? Falta tão pouco pra ser feliz! Mas ainda é cedo, seria insensato se o "viveram felizes para sempre" aparecesse agora. Sabia que era egoísmo se eu pedisse um final feliz só pra mim, se eu fizesse alguém chorar pra que minha vontade fosse feita, e principalmente se eu abandonasse sobre alguém um peso que era meu. Eu ainda provei muito de esperança e ousadia.

Tudo que me acontecia parecia um roteiro de filme bobo escrito pelo destino, uma sina inescapável que me perseguia. Porém, eu não aceitaria um destino já decidido. Naquele dia eu vi que deveria abandonar minha vontade, só não sabia o significado disso. Tudo o que esse coração antiquado queria era ser estupidamente feliz.

Et factum est vespere et mane, dies quartus.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Dies Tertius


E na aridez do ser cresceu uma planta jovem, e ela se espalhou por toda a extensão. Apesar das minhas decisões, suas raízes ficavam mais e mais fundas.

Entendia um pouco melhor agora quem sou eu. Minhas fraquezas e limitações. Nesse dia eu tentei aceitar as coisas que eu não poderia mudar. Queria fazer o tempo voltar, mas no fundo desejava que ele seguisse o rumo que eu determinasse. Nesse dia eu era preso por uma promessa (que eu deveria ter mantido a todo custo), e vivia tentando achar um jeito de fazer minha vontade sem quebrar minha palavra. Acabou que eu quebrei a promessa do mesmo jeito, mas não hoje.

Olhando o passado, vejo que já disse "eu te amo" mais vezes do que eu imaginava. Infelizmente, nem sempre com sinceridade. Eu acho. De qualquer forma isso já passou, não serei mais tão insensato. As dificuldades daqueles dias nem se comparam com o que veio depois, mas eu fiquei muito feliz com tudo que aprendi. Estava feliz principalmente comigo mesmo, porque eram momentos em que sentia ter transcendido muitas dificuldades, e superado muitos deslizes.

Mas eu não podia me livrar das coisas que eu já tinha feito. No anoitecer desse dia eu vi em seus olhos marejados a dor que eu podia causar. E vi horrorizado que eu destrui o sorriso que queria cuidar.

E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Dies Secundus


Por entre águas e céus eu parti. Talvez se houvesse separação entre nós, eu veria que isso era bom.

Os dias passados no frio do norte não puderam esfriar meus sentimentos. Uma pena. Poderia ter evitado que eu cometesse os mesmos erros novamente. Ao menos foram dias de diversão, dias tão amenos que sequer escrevi algo de importante aqui. Não há muito de relevante pra se falar dos tempos de paz. Eu fui para longe querendo pensar, tentando decidir que caminho deveria seguir. Porém minhas escolhas ainda eram limitadas por uma fraqueza melancólica de não conseguir enxergar a realidade.
Que posso dizer? Lá e de volta outra vez, mas não mudou muita coisa.

Ou melhor acho que mudou. Não meus sentimentos, mas meus pensamentos. Comecei a entender o que eu devia fazer, embora não gostasse disso. Achei que estava pondo um fim às ilusões e pude então me forçar, aos poucos a agir pelo dever.

Mal sabia eu que ainda cometeria as mesmas faltas.

Queria pensar, entender melhor a mim mesmo, e voltei decidido a dar um tempo, deixar o futuro resolver as coisas. Mas o futuro nós construímos hoje e em breve eu saberia que os acontecimentos da época não projetavam um futuro muito feliz. Ao menos me dei conta de algumas ilusões e por fim entendi que ainda havia muita coisa pra entender antes de ser alguém bom.

E longe daqui se passaram a manhã e a tarde do dia segundo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Dies Unus


No começo haviam as palavras, mas faltavam a coragem. E como bastião da covardia, nasceu este blog.

Talvez eu esteja sendo um pouco duro comigo mesmo. Também havia um forte desejo de aprender, de ler mais, de estudar e ser melhor. Tanto que eu comecei com a filosofia do martelo desejando destruir um passado indolente e me tornar alguém digno do que eu desejava. Devo assumir que ainda me era visível uma certa ingenuidade, o saber nos torna cínicos e frios, cada vez mais me convenço disso. Ou talvez esse seja só mais um passo no longo caminho de aprender.

Foi com essa ignorante pureza que eu escrevi o melhor post desse blog e que, como nenhum outro, mostra de fato as tarefas que eu me imponho. Relembro agora as dúvidas e medos que sentia e vejo que continuam praticamente os mesmos. A diferença é que na época eu sentia ter um objetivo, um alvo para olhar quando precisava de força. Estava tão iludido com a certeza de amar... ah se eu pudesse prever a dor que as certezas trazem nesse mundo de devaneios.

Nesse momento as duas partes da minha alma tomaram forma e digladiaram, embora não pela primeira vez. No fundo, eu sabia que não havia chance de sucesso, mas me agarrava a fiapos de esperança. Cada palavra que me vinha a mente tinha um significado diferente, mesmo histórias tão bobas eram uma alegoria sobre o que acontecia. Talvez se eu fosse um pouco mais sábio, não teria lançado certas palavras ao vento.

Diz um ditado que o sábio aprende com os erros dos outros, o ordinário aprende com seus próprios erros e o idiota não aprende nunca. Até hoje não sei se sou um dos comuns ou um idiota. Tanto é que desafiei a sorte e cometi o mesmo erro novamente. Porém não vejo modo de ter resolvido as situações da época de maneira diferente. Ao menos sendo honesto.

E assim foram a manhã e a tarde do primeiro dia. Quando a noite veio cuidar de corações machucados eu disse adeus, e dormi, até o segundo dia.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Abiogênese do carinho

Primeiro, recados da paróquia:

Hoje é solstício de verão, então peguem suas capas coloridas e dancem em volta de fogueiras matando virgens SEUS PORCOS PAGÃOS! ............ Brinks

Esse foi portanto o dia mais longo do ano e no qual o sol esteve no seu ápice.
Tinha outros recados mas eu já esqueci. Enfim, vamos oa post em si.

Começo explicando aos jovens que não prestaram atenção nas aulas de biologia, e que provavelmente não conhecem o experimento de Pasteur (*incentivando pesquisas no google*), o que é abiogênese. Esse termo significa algo como "origem não biológica". É o nome que se dá à antiga teoria de que a vida poderia surgir de em ambientes sem matéria orgânica. Do nada, sem meias palavras.

E de que, afinal falará esse post? Ora, de algo que garotos nerds frustrados entendem melhor que qualquer um: O valor da espontaneidade. E aqui eu falo de o quanto é importante quando alguém faz algo por você... um carinho não requisitado, digamos assim.

Deve ser lugar-comum que não é legal ter que pedir o tempo todo por atenção (e nem me parece saudável), mas eu fico com a forte impressão de que as ações espontâneas de outras pessoas acabam adquirindo um valor simbólico muito maior do que aquilo eu peço ou faço. Sei que é contraditório vindo de mim. Pode ser muito importante receber um beijo no rosto, ou um abraço se aviso. É um sinal de apreço enorme e que aparece em atos simples, que a maioria das pessoas nem percebe.

Uma necessidade infantil de se ver amado, uma certa fraqueza que nos impele a buscar aprovação do próximo, mas é uma falha boa e normal. Falta de abraços deixa as pessoas ranzinzas. Também as deixa peludas e verdes. Foi isso que aconteceu com o Grinch.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mania de guardar velharia

Tenho um sério problema: não consigo jogar nada fora.
Guardo qualquer tranqueira velha que tenha o mínimo valor emocional, como provas do jardim de infância, ingressos antigos de cinema e pequenos bilhetes. E não consigo me livrar deles depois! Não sei, simplesmente sinto como se estivesse jogando fora um pedaço de história.

O resultado é que tenho pilhas e pilhas de papéis velhos, e que aumenta a cada dia. É tanta coisa inútil que de vez em quando eu encho uma caixa de papelão e jogo na lixeira. Só pra depois sentir aquelas pontadinhas de remorso. Mas já tem tempo eu resolvi isso. Ou melhor, arrumei um jeito de diminuir o ritmo com que esse lixo sentimental se acumula. Me desfaço das coisas antes que elas adquiram valor. E evito aquelas que tem valor intrínseco, como lembraças específicas.

Por isso, sigo algumas regras; não guardo em hipótese alguma conversas de Msn, pois algumas certamente se tornariam muito importantes pra mim, deixo, ao contrário do que fazia antes, que as mensagens novas no celular apaguem as antigas. Apago os e-mails pouco depois de os receber... enfim evito guardar as palavras das outras pessoas. Não que eu não goste de recebê-las, muito pelo contrário. Apenas tenho medo de dar valor demais à meras palavras.

Fora isso, há certas pessoas das quais eu evito a qualquer custo manter lembranças, fotos, por exemplo. E faço isso porque gosto demais dessas pessoas. E disse bem Shakespeare em uma de suas peças, que agora não lembro qual foi: "Guardar um objeto como lembrança tua seria aceitar a hipótese de que eu posso esquecê-la".

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Numb

"Comfortably Numb", Matt hansel: 2005, oil on canvas, 28 x 48 in

"Eu já quis chorar e não consegui.
Me perguntaram como é possível
Deixar de lado os sentimentos.
É fácil. O problema é você
Se acostuma a não sentir.
E um dia vai querer gritar,
Mas não vai conseguir."

domingo, 7 de dezembro de 2008

De Spike a Jasão.

Aaaah Férias! Finalmente! Tempo para ler Kant direito e ver as dúzias de animes que eu deixei pra depois. Falando nisso, ao assistir um episódio de Cowboy bebop ontem, acabei lembrando de uma aula de introdução à filosofia, vinda direto do passado.

No tal episódio, um grande cientista arma um esquema para destruir a empresa onde ele trabalhava. A grande sacada é que o plano é programado para se iniciar sozinho em 50 anos. Meia década depois, a empresa pede ajuda dos cowboys do espaço para prender o tal cientista. Conversa vai, conversa vem, os caras da Bebop conseguem encontrar o cientista. Só que ele agora é um velhinho senil e não lembra de mais nada. Tudo termina com os caçadores de recompensa deixando o velho livre, já que não parecia certo responsabilizá-lo pelos feitos do passado.

O que esse episódio me fez pensar foi na discussão sobre a identidade. O que define a constância do ser? Quero dizer, como é possível garantir que ontem, hoje e amanhã eu serei a mesma pessoa?
Isso é particularmente importante para o Direito, pois é necessário criar um parâmetro para definir até que ponto alguém pode ser condenado por ações do passado e, lembrado de minority report, do futuro.

A memória poderia ser um desses critérios. Se tenho a memória dos acontecimentos passados, isso revela a continuidade da minha existência. Porém há falhas aí. A memória em si não é confiável, ela é cheia de buracos e erros. Além disso, se você for paranóico o suficiente, sempre existe a possibilidade de suas memórias serem implantadas.

Outra possibilidade seria indentificar a continuidade do ser com a própria continuidade física. Mas nosso corpo também muda, células nascem e morrem, trocamos nossos átomos. Depois de um tempo, se toda matéria que nos forma houver sido substituída, seremos alguém diferente? É o clássico paradoxo de Argos; se a nau argos tiver todas as suas tábuas substituídas ao longo do tempo, continuará sendo a nau argos?

Não sei ainda como o Direito resolve essa questão, mas particularmente sou seguidor de Heráclito. Essa discussão toda não faz muito sentido porque a permanência é ilusória, tudo muda e a cada instante eu sou uma pessoa nova. Não acredito em uma essencia que vai ficar comigo até a morte, antes prefiro pensar que dizer o que sou só pode pretender uma resoposta exata no presente. E isso ainda é algo bem complica.
Isso aí, sou mesmo fã do Grinch da grécia antiga: tudo flui.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Curva de Phillips

A curva de Phillips foi criada pelos economistas americanos Paul Samuelson e Robert Solow, ao analisarem dados da economia dos EUA e confirmarem as previsões do neozelandês A.W. Phillips, que em 1958 verificou pela primeira vez a relação inversa existente entre a inflação e o desemprego a curto prazo.

Sob sua interpretação clássica, a Curva de Phillips mostra que reduções no nível de desemprego acarretam aumentos inflacionários e vice-versa. A explicação breve para isto é que um contingente maior de trabalhadores assalariados implicará em um aumento na demanda por produtos, o que pela lei do equilíbrio de mercados resultará em um aumento de preços, ou seja, inflação. Pelo contrário, a redução do nível de emprego reduzirá a demanda e os preços cairão. A relação entre inflação e desemprego apresenta-se portanto como uma típica relação de trade-off, em que a sociedade e o Estado deverão decidir qual ponto na curva é o mais desejável.

Porém, a partir da década de 70, o modelo de Phillips deixou de ser observado empiricamente. Até aquele momento as taxas de aumento da inflação tendiam a zero e o único fator relevante para o estabelecimento dos aumentos de preços parecia ser a demanda. As crises internacionais dos anos 70, por outro lado, levaram a situações de altos níveis de desemprego concomitantes com elevadas taxas de inflação. Verificou-se então que a expectativa de inflação era fator de grande influência na macroeconomia. Taxas altas de inflação em um ano faziam aumentar a expectativa de inflação para o ano seguinte e isso deslocava a Curva de Phillips para cima, resultando em taxas altas tanto de desemprego quanto de inflação.

A curva de Phillips, revista pelo monetarista Milton Friedman

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Not Rachel.

Talvez não seja apropriado para um cara do meu tamanho, mas eu assumo: gosto de Friends.
É legal, engraçado e perfeito pra bobocas que gostam de comédias românticas. Que nem eu.
Bom, estou revendo as temporadas antigas e um episódio hoje me chamou a atenção. "Aquele da lista", em que Ross precisa decidir se fica com a Julie ou com a Rachel (meldels, coisa de novela) e para ajudar na escolha faz um lista de prós e contras. Perfeito para a lógica masculina. Degradante e pérfido na lógica feminina.

Bom um grande amigo meu criou um fantástico silogismo sofístico ao tentar explicar essa divergência entre homens e mulheres sobre o que é lógico, conseguindo assim provar que homens pensam como peixes. Mas não é sobre peixes ou homens que esse post indaga, e sim sobre o valor aparentemente intrínseco que projetamos sobre as pessoas. Mas eim??

Simples assim: Ross listou alguns contras de Rachel. Quando foi listar os contras de Julie, só pensou em um; "She's not Rachel". Percebem? Não havia nada errado com a Julie, simplesmente ela não era a Rachel! Será que existe uma essência do que é a Rachel, ou será a Rachel apenas um conjunto de informações captados e interpretados por você? Ou até mesmo, haverá uma potencialidade de ser Rachel, dentro da Julie??? Oh droga, quantos questionamentos fúteis! Pra que tudo isso, a metafísica já morreu, quem matou foi o progresso.

Sério agora, o que eu achei interessante foi notar que às vezes assumimos a existência de uma essência que não pode ser compartilhada e que por isso faz parecer que só aquela pessoa específica pode te fazer feliz. Mas já disse meu amigo existencialista rábula, você é que vai tornar alguém o seu par perfeito.

De qualquer forma, ainda não consegui decidir entre Ser e Existir.

domingo, 16 de novembro de 2008

O dia em que estive no centro do universo.


Uma manhã desperdiçada nos braços de Morfeu, uma tarde jogada fora deliciando-me com futilidades supérfluas inúteis (foi muita perda de tempo mesmo). Enfim, um dia particularmente preguiçoso. Até a chuva veio preguiçosa. Não era de espantar que eu mesmo estivesse indolente aquela noite, enquanto caminhava até um palco para ver um teatro de bonecos encenar minha vida.

Por um momento naquele show bizarro de desencantos, naquela comédia dos erros, eu percebi alguém do meu lado. Mas quando eu olhava para ela não era necessariamente ela. Não era sua face que meus olhos me mostravam, ou seu perfume o que eu sentia. Era a essência que eu espero. Foi um instante, infinitesimalmente pequeno, em que eu talvez tenha percebido algo em seu "ser-em-si". Nessa eternidade efêmera não havia dúvidas, não importava a questão de Ser ou Existir. Mas também não havia certeza. Dubito ergo sum e se não duvido, não sou. Eu não era. E isso não era importante.

A chuva fina que caía gelada sobre nós dois parecia me entorpecer ainda mais. Isso é o satori? A iluminação súbita de quando um Koan dá um nó nas nossas cabeças? Não importa. 2500 anos de filosoia se apagavam com a chuva. Eu era feliz instantaneamente e o resto é o resto. Em todas as direções o céu coberto por padrões de nuvens era avermelhado ao poente. Pena que não podia te abraçar, te beijar, te amar! Pois logo o encanto foi sumindo e você estava novamente na minha frente, a sorrir . Eu era eu de novo, e era só isso. O mundo continuava chato. Mas o céu... esse ainda estava lá, pra não me deixar esquecer que por um segundo eu vi que tudo era uma coisa só. Viver, sentir, amar, ser, esquecer... nada disso tinha significado. Era só uma questão de achar a percepção certa.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A história truncada de um velho.

Os ombros arqueados daquele velho monge aparentavam curvar-se sob o peso do mundo. As décadas de contemplação e reflexão marcavam-lhe a face. O velho tinha por costume caminhar durante longas horas pelas trilhas que apenas ele conhecia. E foi durante uma dessas caminhadas que o monge se deparou com uma cena curiosa: Um jovem exercitava-se com vigor, lutando contra incontáveis inimigos imaginários. Ao ver a aproximação do velho, o lutador para e, ofegante, o cumprimenta. "Olá, meu rapaz, por que está treinando tanto assim?", respondeu o velho. "Eu treino pra me tornar o homem mais forte do mundo. Eu vor ser grande, serei lembrado eternamente, as pessoas me respeitarão em todos os lugares e serei muito rico!". - São os sonhos de um orgulhoso. Imagens vazias criadas por um coração embriagado pelo ego. - Foi o que pensou o monge, que seguiu, então, seu caminho.

Quando quase tinha esquecido do garoto orgulhoso que encontrara, cruzou com um outro jovem que caminhava capisbaixo no sentido contrário. "Por que tanta tristeza, filho?" perguntou o ancião. "Nada demais... apenas estou um pouco desesperançoso com tudo." o menino respondeu. Inquirido pelo monge, o jovem continuou: "Não há no que acreditar, não existe amor. Vivemos uma existência vazia, em um mundo torpe e injusto." Tamanha falta de fé entristeceu profundamente o velho, que com seu sábio julgamento ponderou: "Quão infeliz é esse garoto! Sua tristeza é fruto de um coração fraco e pessimista. Tivesse ele um pouco mais de ousadia e coragem, seria mais feliz." e foi-se embora.

Mais tarde o monge para para descansar e, pesadamente, senta-se ao lado de uma fonte e dobra-se para beber um pouco de água. Neste instante ele vê seu próprio reflexo na água e além dele vê o a imagem dos dois jovens, que conversavam em um local mais acima na montanha. De onde estava o monge pôde ouvir o que diziam: "Não sei se há amor em algum lugar. Não me importo com isso. Eu vou construir o meu com minhas próprias mãos. É por isso que eu luto, para ser forte e fazer de tudo por quem eu gostar. Se eu pensasse em mim mesmo, estaria fazendo algo bem mais divertido. Música por exemplo." - Comentou aquele rapaz orgulhoso. "Bah, acho que não existe, e que não dá pra criar. Mas eu gostaria que não fosse assim. Eu queria acreditar em sentimentos puros, em risos de mera alegria. Eu queria muito acreditar na felicidade. Mas olhe o mundo. Sozinho você não pode fazer nada, mas acho que é preciso tentar. Enfim, não resta muito a fazer, vou correr atrás da felicidade, mesmo que o mundo não me deixe acreditar nela. E vou morrer assim." - e assim disse o estranho garoto melancólico.

Olhando o fundo dos próprios olhos, o monge sentiu-se envergonhado com o equívoco de seu juízo. As palavras daqueles garotos pareceram jogar uma luz sobre o pensamento simplório do velho. Ele percebeu serenamente que estava errado. O garoto que ele chamou de egoísta, na verdade era mais altruísta que qualquer pessoa que ele já havia encontrado, pois ele abandonou a própria vontade, a própria satisfação para se tornar melhor e fazer algo de melhor para outra pessoa. E o outro garoto, que parecia tão fraco e covarde, era extremamente firme e corajoso, pois ele tivera coragem de algo que o próprio monge não tivera: Ele enfrenta o mundo, mesmo com a consciência da improbabilidade de ser feliz. Ele desafia esse universo caótico, em busca de um significado e mantém o desejo oculto de descobrir a Verdade em meio à todos as mentiras.

Ou talvez o monge tenha visto coisas que não existiam. É possível, já que outra revelação que lhe veio foi da pequenez e do despreparo de seu próprio julgamento. Vai saber.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Nota #13 - ou "Da Raiva"

Tranquilo, já sou vacinado.

Tá, detesto posts chorosos que culpam céus e terra por nossas vidinhas medíocres, mas devo confessar: Essa semana foi um lixo.

Não vou dar detalhes. Apenas acreditem, foi uma merda de semana.

Uma das piores partes dessa semana foi descobrir o quanto as pessoas podem entender mal o que eu sinto. Sabe, não é divertido perceber que tanta gente acha que você as odeia.
Tem gente que acha que eu odeio, mas estou só agindo por dever. Outros acham que eu odeio, mas é só desleixo ou distração. Oh céus, não confundam silêncio com raiva!

Não sei bem o que é raiva, não lembro de jamais ter sentido isso por alguém - sério mesmo - dizem que é igual em módulo ao afeto, não sei. Tipo comer e vomitar.

sábado, 8 de novembro de 2008

Gleichschaltung

“Falta apelo romântico ao capitalismo. Ele não faz o coração bater mais forte do mesmo jeito que as ideologias contrárias, como o socialismo, o fascismo e o ambientalismo. Não ferve o sangue, porque não aponta dragões para exterminar… É bem o oposto do socialismo. Enquanto o capitalismo ensina, mas não consegue inspirar, o socialismo inspira, mas não consegue ensinar. A história do socialismo está encardida de repetidos fracassos e miséria humana em larga escala. Ainda assim, o socialismo atrai sorrisos em vez de insultos dos povos que jamais conheceram seu jugo” - Peter Saunders

Ótima citação, realmente a crença no comunismo pressupõe uma visão utópica e fantasiosa que combina muito bem com as mentes jovens! O Socialismo e o fascismo, tão parecidos em sua natureza propagandista e ideológica parecem ter um ímpeto que falta ao tão sem-graça
capitalismo.
O capitalismo precisa mesmo é de um bom marqueteiro, assim tipo um Goebbels ou um Ehrenberg. Olha aí, bons exemplos de uma propaganda que esquenta os ânimos desses jovens exaltados:


Comunistas comem criancinhas

Cartazes de regimes totalitário têm uma tendência Homo

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

November 5th


Remember, remember the fifth of November,
Gunpowder, treason, and plot,
I know of no reason why the gunpowder treason

Should ever be forgot.
Guy Fawkes, Guy Fawkes, ’twas his intent
To blow up the King and Parliament.
Three score barrels of powder below,
Poor old England to overthrow;

By God’s providence he was catch’d
With a dark lantern and burning match.
Holloa boys, holloa boys, make the bells ring.
Holloa boys, holloa boys, God save the King!
Hip hip hoorah!

A penny loaf to feed the Pope.
A farthing o’ cheese to choke him.
A pint of beer to rinse it down.
A faggot of sticks to burn him.
Burn him in a tub of tar.
Burn him like a blazing star.
Burn his body from his head.
Then we’ll say ol’ Pope is dead.
Hip hip hoorah!

Hip hip hoorah hoorah

Se você o vir, shoot to kill!


Cadê os fogos de artifício? Há 403 anos o pérfido Guy fawkes foi pêgo, tentar transformar o rei inglês em farofa!
Ps: Para informações adicionais disque 555-GOOGLE, ou vá direto em http://en.wikipedia.org/wiki/Guy_Fawkes_Night


Burn, you damn bastard!!

domingo, 2 de novembro de 2008

Peanuts 1964 - #160

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Onde brilhem os olhos seus

CD solo da Fernanda Takai, cantando músicas da Nara leão. Muito bom, recomendo.



"A insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração que nunca amou
Não merece ser amado"



"Com o meu baião estarei
Desenhando um outro céu
Onde brilhem os olhos seus"



"Se quiserem saber se volto
Diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim"

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Da coragem

Sempre foi minha visão que coragem significa aceitar com serenidade aquilo que você não pode mudar. Seria agir de acordo com o que é necessário, independente da dor, ou dos prejuízos que você causaria a si mesmo. Sempre achei que coragem era transcender o eu e fazer o que é certo.
Um filósofo um pouquinho mais relevante que eu, Aristóteles, dizia, porém, que a coragem era o substrato das outras virtudes, porque representava a força de vontade necessária para se manter firme aos seus ideais e princípios. Tudo bem, concordo 100%.
Mas quando eu vou pôr em prática as duas formas de coragem, posso cair (e caio) em um paradoxo. O que acontece se meus princípios me dizem para agir de maneira que racionalmente não é a "justa" ou "certa"?

Sob qualquer ótica, posso estar fazendo algo correto, mesmo que seja extremamente difícil para mim, é algo que eu não quero em absoluto. Mas é necessário e por isso ajo assim. Seria eu então um corajoso? Um símbolo de perfeição estóica.
Porém meus princípios me condenam, acusando-me de trair não uma pessoa, mas meu próprio sentimento. Aquilo em que eu acredito me fazer querer resistir a tomar essa atitude radical. Olhando pela minha definição, considero-me o mais covarde dos homens. Sinto mesmo esse tremor ignóbil por todos os cantos deste mesmo blog, por exemplo. É preciso fazer o que se tem que fazer, é preciso dizer o que se tem que dizer. E muitos vezes acho que o que aqui está escrito deveria ser dito.

No fim, acho que minha própria idéia de coragem prevalece. Pelo menos pra mim. Mesmo com dano meu, preciso fazer o que a lógica impõe como certo.

Frase do dia: "Não tenho nenhuma coragem, mas procedo como se a tivesse, o que talvez venha dar ao mesmo." - Gustave Flaubert

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Um conto de fé e angústia.

Olhei a lua cheia no céu escuro. Ela estava só, linda e prateada em um céu sem estrelas. Eu só tinha olhos pra ela, cada instante eu dedicava a admirar seu brilho. Mas do meu lado alguém precisava de atenção. Como pode essa linda garota estar aqui ao meu lado, esperando uma palavra bonita, e eu só conseguir olhar para a luz distante de um sonho? Talvez seja um excesso de fé, um sentimento cego de crença em uma ilusão? Ela me diz algo, eu só concordo, mesmo sem entender e continuo pensando.

O que é fé? É acreditar muito em algo sem ter certeza. Mas eu posso ter certeza de alguma coisa? Não consigo mais acreditar em nada! Me esforço pra ser fiel a sentimentos bonitinhos, a morais sólidas e a visões bem definidas. Mas agora pra mim tudo parece questionável. Não consigo definir o mundo, a vida, a verdade, nada. Tudo parece relativo demais. Essa falta de um apoio me gera angústia. É como um gosto amargo na boca, ou uma fome que corrói por dentro.
Ela me abraça e me dá carinho. Acha que eu posso amá-la. Mas como, se eu nem sei o que é amor? A brisa fria da noite me alegra. E continuo agarrado a um fiapo de fé, tentando acreditar em algo que valha a pena. Mas olho o mundo lá embaixo e sinto medo. Medo de não sentir mais nada, porque sei que no dia em que eu abandonar meu coração, não terei volta.

E dentro do meu peito agora brigam a fé e a angústia. Mas a última é forte. Ela é o vazio, e isso me lembra um filme, em que o vazio tomava forma para engolir um reino inteiro. E sua forma era negra e assutadora. Era a forma de um lobo.

Então, com um beijo a menina me trouxe de volta das divagações. Ah, eu gostaria de poder abraçá-la de volta como ela merece, sentir seu corpo e querer beijá-la, sem pensar sobre o que eu sinto por ela. Queria não ter que pensar tanto em tudo. Antes eu achava que o caso mais grave de angústia era o suicída, que ao duvidar de tudo e ver qualquer sentido se esvair, acaba com a própria vida, que, por lógica, acha desnecessária. Mas agora vejo que o caso mais grave de angústia é perder toda a fé e duvidar, duvidar tanto que nenhuma decisão parece absoluta, que a própria dúvida ocupa o lugar do ser. É quando o questionamento se torna incessante. A angústia máxima, vejo agora, é a angústia do filósofo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Post tampão #1


Léo e Bia separaram-se há vinte e cinco anos.

Nos últimos dias descobri que para escrever em um blog não é preciso criatividade. As boas idéias não são reservadas aos criativos, para escrever alguma coisa boa é preciso um motivo.
É igual escrever músicas, como essa do vídeo. É preciso haver um porquê, uma fagulha inicial, mesmo que ela seja ignorada. A frase em que eu mais penso antes de escrever é "O que eu quero dizer?", e nesses últimos tempos não estou achando resposta.

Nem consegui pensar em uma frase para fechar o post, já que eu não consigo ver uma finalidade explícita pra ele, tá vendo?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Clássicos! #3



Rua nascimento silva, 107
você ensinando pra Elizete
as canções de canção do amor demais
lembra que tempo feliz, ai, que saudade
Ipanema era só felicidade,
era como se o amor doesse em paz

Nossa famosa garota nem sabia
a que ponto a cidade turvaria
esse Rio de amor que se perdeu

Mesmo a tristeza da gente era mais bela
e além disso se via da janela
um cantinho de céu e o Redentor

É, meu amigo, só resta uma certeza
é preciso acabar com essa tristeza
é preciso inventar de novo o amor

nossa famosa garota nem sabia
a que ponto a cidade turvaria
esse Rio de amor que se perdeu

mesmo a tristeza da gente era mais bela
e além disso se via da janela

um cantinho de céu e o Redentor

É, meu amigo só resta uma certeza
é preciso acabar com essa tristeza
é preciso inventar de novo o amor

*Quem sabia que eu gosto desse tipo de música?
E sinceramente, fico intrigado com essa preferência geral por funk se tem muita música brasileira muito boa.

sábado, 27 de setembro de 2008

Teoria Quântica dos Relacionamentos

A Teoria Quântica dos Relacionamentos rejeita qualquer lógica linear em um relacionamento amoroso. Assumimos que todos os momentos antes, durante e depois de um namoro podem ser quantizados em pacotes com valores lógicos de dar/não-dar prazer, sendo que o sucesso ou fracasso de um namoro é fundamentalmente um cálculo probabilístico da concentração desses pacotes que uma pessoa pode oferecer.
Minha teoria dos relacionamentos baseia-se em três hipóteses:

1. Ser um loser ou um Life-ruler é mera questão de auto-percepção.
2. Qualquer homem pode atrair qualquer mulher, e qualquer mulher pode atrair qualquer homem
3. Qualquer relacionamento tem motivação egoísta à priori .
4. Não é possível determinar a posição e o momentum de um nerd simultaneamente.

(A quarta hipótese não é basal para a teoria, nem será discutida aqui)

Por que assumir essas hipóteses como verdadeiras?

Todas são obtidas pela mais simples, porém rigorosa, observação. (1) e (2) estão intimamente ligadas e são facilmente verificáveis. Para (2), basta notar a quantidade considerável de casais absolutamente improváveis que estão juntos e felizes. (1) é a condição necessária de (2), pois é o que permite que o sujeito mais bizarro possa se relacionar com outro indivíduo de sexo oposto. (3) é dedutível pela própria natureza humana, em sua busca inconsequente por prazer e fuga da dor.

Em que elas implicam?

I. Desenvolvendo (1), temos que não existem Life-rulers ou losers como naturezas inatas, ou mesmo como resultado da combinação de fatores da personalidade. Life-rulers são Life-rulers porque eles se acham Life-rulers e consequentemente agem como tal. O mesmo vale para losers.
Qual a grande diferença entre um life-ruler e um loser? É que o segundo tem medo. Ele tem medo de levar um fora, de não agradar alguém que acabou de conhecer, de virar piada. O loser é um medroso porque se acha um loser. Ele fica sentado no canto da festa porque acredita que, por ser loser, vai levar um "não" da garota que ele quer chamar pra dançar. Obviamente, o pensamento deste loser desconsidera que o resultado de não chamá-la é igual ao de levar um fora: Ficar triste e sozinho.

Esse medo é ainda mais crítico para os garotos, levando em consideração o papel de "caçador" que a natureza e a sociedade nos deram. Não vou entrar agora na Teoria especial da masculinidade, mas é importante destacar que pela minha teoria é muito importante que o homem seja seguro de si. Nisso, mulheres são como os Bullies: sentem o cheiro do medo. Então ser um Life-Ruler, pela TQR, pode ser simbolizado tanto por partir pra cima do grandalhão que rouba seu lanche quanto tomar a iniciativa de chamar aquela menininha ruiva, de quem você gosta, pra sair. É o bastante conhecido Efeito Blitzkreig, a chance de um resultado positivo é inversamente proporcional ao tempo que você leva para atacar e que o alvo tem para pensar.

E loser é o cara que assistiu comédias românticas demais.

II. A hipótese (2) é provavelmente a mais difícil de engolir, porém é a mais fácil de verificar. Existem duas situações que fazem uma pessoa 'X' ser atraida por uma pessoa 'Y':

a) A pessoa X corresponde ao que Y procura;
b) A pessoa X atrai Y por motivos completamente misteriosos e irracionais (amor?)

Essa sistemática já foi anteriormente apresentada aqui. Porém é necessário adicionar que a) é bem mais flexível do que parece. Qualquer pessoa corresponde ao que qualquer outra procura, só que na maioria das vezes as características que Y procura não estão em X na proporção "suficiente". Para chamar a atenção de Y, X pode, teoricamente, procurar mostrar que tem qualidades desejáveis que compensam as que ele não tem. É o já estudado Paradigma do mando de campo. Segundo ele, se você levar o "jogo" para um campo conhecido, onde você tem a vantagem, suas chances aumentarão sensivelmente.

É daí que saem frases como: "Ele não é muuuito bonito, mas é legal e engraçado!" ou "Ela não é muito inteligente, mas é linda!".
Vejam que essa hipótese está intimamente ligada com a hipótese (1), porque para colocá-la em prática, o pesquisador precisa assumir que tem alguma qualidade que pode ser potencializada de maneira a torná-lo notável.

Mas porque é necessário agradar a outra pessoa? Porque é preciso se apresentar como alguém desejável?

Por causa da hipótese (3).

III. Todo relacionamento é egoísta. Isso significa que a razão mais primordial de um relacionamento e satisfazer a si mesmo. Isso vale para TODOS. Quando você vai atrás de alguém é porque acha que aquela pessoa te fará bem. Mesmo que você pratique total desprendimento, se sacrifique por ela, coloque-a como centro do seu mundo, no fim das contas você fará tudo isso para ter ao seu lado alguém que você acredita ser o melhor.

Mais uma vez isso é difícil de aceitar, afinal é comum ver pessoas se submetendo à outras que não dão nada em troca. Mas isso explica-se pelo fato de que nem sempre o que se espera, inconscientemente, é amor e carinho. Muitas vezes, e no caso isso é mais comum com as mulheres, o que te atrai é o status, por exemplo, que aquela pessoa pode te trazer. Não me entendam mal nesse ponto. Não disse que garotas são interesseiras. Isso é simplesmente parte da natureza humana, serve perfeitamente para homens também.

Considerações especiais da TQR

Paradoxo do Amigay: O amigay é alguém que recebe grande estima, que é visto como um apoio para qualquer momento difícil e que parece te entender profundamente. Porém ele não é seriamente cogitado para um namoro por algum motivo que não cabe na lógica masculina. Particularmente, suspeito que talvez haja um erro cronológico em nossas análises. Talvez o amigay seja escolhido como amigay justamente por não ser cogitado para namoro.

Paradoxo da ilusão de liberdade: Qualquer força externa que atue sobre um relacionamento em desenvolvimento tem grandes chances de alterar os resultados significativamente. Essa força deve vir sob a forma de vários amigos(as) encorajando ou desestimulando o relacionamento. A pessoa provavelmente fará o oposto do que os indivíduos a sua volta lhe aconselham. Fará isso como forma de afirmar interiormente sua liberdade. O mesmo vale para casos em que o outro pólo do relacionamento apresenta-se como escolha única, completa e indiscutível. Ela será sumariamente descartada, isso ocorre porque todo ser humano sente a necessidade de afirmar todas as suas escolhas como sendo livres e independentes. O que não é, de modo algum, ruim em todas as situações. É simplesmente o que acontece quando Deus joga seus dados. (;P)

Princípio da incerteza: Esse princípio é completamente independente da teoria em si e foi formulado (ou melhor, expresso) pelo Dr. Sheldon Cooper, embora este humilde teórico já venha guiando seus estudos por ele a um bom tempo. Segundo esse princípio, todo relacionamento que tenha carga razoável de sentimento deve ser tentado, mesmo verificando-se a ocorrência de um alto número de fatores que possam torná-lo inviável. Isso se justifica pelo mesmo motivo que aquele nerd tem que convidar a ruivinha pra sair. Um resultado positivo trará recompensas muito mais significativas que os prejuízos advindos de um resultado negativo (que terão pouca diferença do resultado de não-agir).

Conclusão

Nossa teoria implica que qualquer mudança de atitude no sentido de gostar automaticamente de quem gosta de você seria completamente inviável [pela hipótese (3)] e inefetiva, já que eventualmente surgiriam indeterminações.

Devo lembrar que este documento insere-se completamente no campo da Física teórica do amor. Portanto é possível que nada do que foi defendido seja experimentável no mundo real. Ou não. Tendo isso em mente, lanço a última consideração:
Corolário de Bo, the sheep: Quanto menos tempo você gastar se preocupando com relacionamentos, mais tempo vai ter para conseguir algum!

Frase do dia: "Toda sentença que eu digo deve ser entendida não como uma afirmação, mas como um pergunta." - Niels Bohr

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Peanuts 1985 - #270

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

vertigem de bondade

"Ela continuou sem força nos seus braços. Hoje de tarde alguma coisa tranqüila se rebentara, e na casa toda havia um tom humorístico, triste. É hora de dormir, disse ele, é tarde. Num gesto que não era seu, mas que pareceu natural, segurou a mão da mulher, levando-a consigo sem olhar para trás, afastando-a do perigo de viver.

Acabara-se a vertigem de bondade.

E, se atravessara o amor e o seu inferno, penteava-se agora diante do espelho, por um instante sem nenhum mundo no coração. Antes de se deitar, como se apagasse uma vela, soprou a pequena flama do dia."

Afastando-a do perigo de viver!
Esse é um trecho de um ótimo conto de Clarice Lispector (Amor), que fala sobre como nos protegemos da realidade, nos fechando em nossas vidinhas rotineiras e confortáveis. É de fato muito difícil e doloroso sair dessa nossa letargia e começar a sentir algo. É bem mais fácil viver sem ter que se importar com sentimentos. Viver é fácil de olhos fechados.

Esse post já estava na minha lista de rascunhos há uns seis meses. Mas faltava algo nele pra poder postar.
Daí ontem eu assisti, finalmente, ao filme "Equilibrium". Com referências explícitas à 1984, a película apresenta uma sociedade que se droga para não sentir. Assim, bem parecida com a nossa. Não temos Prozium II, mas consigo pensar em um monte de coisas que usamos para substituí-lo.

Tomar a iniciativa, no filme, de abandonar os dogmas sociais e pôr de lado sua dose pontual de Prozium II era um ato de extrema coragem e loucura. É preciso ter coragem para sair da prisão em que nós mesmos nos colocamos, pra fugir desse medo de amar. Essa coragem, quase platônica, me parece praticamente inalcançável... Ao mesmo tempo, isso é loucura; acordar em um meio estéril, metódico, minimalista, opressor e irritantemente descolorido, é como pedir para surtar! Não havia escolha, no filme, além de fazer parte daquela sociedade sem sentimentos ou se tornar um pária dissidente. Sentir, em uma terra de insensíveis é uma tortura. Só posso imaginar a angústia de ver tudo tão igual, tudo tão apático, na pacífica cidade de Líbria.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sinta só


Esse é um dos meus quadros favoritos; "O beijo", de Gustav Klimt. Não é exatamente uma graaande obra de arte, não chama atenção pela qualidade técnica do artista, e não mostra preciosismo algum. O que me agrada nele é a aparente simplicidade, sem a frieza minimalista. Ele é quase monocromático, mas é um dourado vibrante, e o detalhes existem, mas se confundem com o todo. Um dia desses aí eu vi um texto de um crítico interpretando o quadro. Segundo ele, a obra supostamente retrata o momento em que uma mulher submissa entrega-se ao amante na beira de um precipício. Especula-se, porém que a mulher resiste às investidas do homem, o que se vê no rosto que evita os lábios masculinos e na posição das mãos. Bom, foi o que o cara disse. Ele pode ser mera representação da sexualidade violenta do homem, como pode ser uma metáfora para como as paixões nos conduzem ao abismo.

Enfim, de qualquer forma eu gosto desse quadro porque não precisa pensar muito pra gostar dele. Ele me parece espontâneo, um simples e amoroso beijo. Sem grandes pretensões, até o tema do quadro me parece simples. Um beijo no campo. E críticos de arte são bobões.
A mulher é delicada, ela se entrega, mas também age. O homem parece seguro e passa confiança à sua amante. Ambos incorporam uma essência da paixão, de certa forma. É como se fosse um momento ideal.

Cara, que post gay.

domingo, 14 de setembro de 2008

Se liga que é hora da revisão.

Acreditar no quê?
A construção do conhecimento sempre foi um tópico chave na história do pensamento humano. Um afresco que eu acho uma das obras de arte mais interessantes, ilutra de maneira fenomenal as idéias de platão e aristóteles. Em "Academia de Atenas" os dois filósofos são representados de maneira a indicar onde está a Verdade. Platão aponta para o céu, em referência ao mundo das idéias, e aristóteles aponta a Terra, o mundo à sua volta.

Platão: "The truth is outside!"
Aristóteles: "The truth is inside, bitch!"

O modo de pensar o conhecimento desses dois representa, de certa forma, todas as correntes de estudo epistemológico daí pra frente. Pelo menos até Kant tentar unificar racionalismo e empirismo. Platão, resgatado por Santo Agostinho no fim da antiguidade clássica ajudou a fortalecer a Fé como ferramenta para conhecer o mundo através da iluminação. Não sei se é extrapolar, mas vejo uma forte ligação entre o papel da intervenção divina na mente do teólogo com o da razão dentro da filosofia de Descartes. Ambas são vistas como o único veículo para se chegar à Verdade. Alguns séculos depois, Tomás de Aquino retoma a episteme platônica. Ele defende que a Verdade pode ser apreendida pela observação do mundo natural, formando um saber sensível e contemplativo. E qual o resultado disso? Fogueira para os cientistas!

Sou adepto da idéia de que a idade média é culpa de Aristoteles. Baseado nele o pensamento medieval foi avesso à conjecturas e hipóteses que de algum modo contestassem a suposta verdade que era apreendida pelos sentidos. Mas mostrar pelos sentidos, no mundo real, alguma coisa nova também era desencorajado (muito bem desencorajado). Os carinhas da idade média tinham esse defeito que muitos alunos de Universidade hoje têm: Acreditam em qualquer coisa, desde que seja dita por alguém de autoridade.

Muita coisa rolou de lá pra cá (coisas que eu não estudei ainda...), mas adquirir conhecimento confiável ainda é um problema. Até piorou com o volume imenso de informação disponível. Acreditar no quê? O puro pensamento pode se enganar, os sentidos podem (e frequentemente o fazem) nos enganar. A memória é cheia de buracos e falhas, não dá sequer pra confiar no que recordamos saber. Autoridades erram, muitas vezes aliás.
Então, como faz?


F
rase do dia: "Não acrediteis numa coisa, apenas por ouvir dizer. Não acrediteis na fé das tradições, só porque foram transmitidas por longas gerações. Não acrediteis numa coisa só porque é dita e repetida por muita gente. Não acrediteis numa coisa só pelo testemunho de um sábio antigo. Não acrediteis numa coisa só porque as probabilidades a favorecem ou porque um longo hábito vos leva a te-la por verdadeira. Não acrediteis no que imaginastes, pensando que um ser superior a revelou. Não acrediteis em coisa alguma apenas pela autoridade dos mais velhos ou dos vossos instrutores. Mas, aquilo que vós mesmos experimentastes, provastes e reconhecestes verdadeiro, aquilo que corresponde ao vosso bem e ao bem dos outros. Isso deveis aceitar, e por isso moldar a vossa conduta." - Buda

sábado, 13 de setembro de 2008

E as coisas estranhas que já me falaram

John está ausente e pode não responder.
Não ando muito propenso a escrever aqui esses dias, por isso aproveitei o post de um nerd aí pra fazer um meme na nossa microrede de blogs.
Bom, então é minha vez de relembrar algumas frases que me pareceram notáveis:

"Tio, você é um lobisomem?"
Criança genérica #1

"Não, ele é o wolverine!"
Criança genérica #2

"Mulher não morde, a menos que você peça!"
Alguém da Ilha

"John é um poço de espontaneidade"
Eric, uma frase que eu nunca esperaria ouvir sem ironia.

"Ele é um homem, você é só um garoto"
Diana

"Tem alguma coisa que você não saiba?"
Cocota do prevest, que não recebeu a resposta que devia.

"Queria gostar de você, mas não consigo."
Todas as garotas de quem eu gostei.

"Hoje você não está com aquela nuvem negra de sempre sobre a cabeça!"
Lilía

"John, você nunca sorri!"
Sanchez

"Ele está mais bonito agora que é monitor"
Garota desconhecida, mostrando todo o desprendimento das mulheres

"Ah, então você também é emocionalmente carente?"
Cocota de comunicação, ao saber meu signo.

"Não, me pega!"
Diana me deixando confuso

"Você tem cílios grandes, estou com inveja!"
Ai-chan, mandando o comentário mais descontextualizado que eu já ouvi.

"No japão você paga o táxi com cartão de crédito. Aí o motorista aperta um botão e ele vira um mecha!"
Tatsuya kumakiri

"Ela é muito depressiva. Vai lá que você pega fácil!"
Comentador fiel, um cara que sabe animar os outros.

"Hum, que costelas!"
Essa não foi comigo, mas foi memorável!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sorvete de coco e abacaxi, com calda de kiwi

Essa galerë super animada, vivendo confusões que até Deus duvida. Eles vão se meter em grandes aventuras, combater inimigos mortais e viver lindos romances juvenis...
A Ilha!
Em breve, num cinema perto de você.

Ah não tem como não rir com esse pessoal.
Eric, meu sensei cachorrão. Brigou com uma vampira antes de ir pro clube HAuahua
Marcel, magrinho, com seus sintomas de TOC.
Ramon... arrozando a menina como sempre! (e levando uma surra no SoulCalibur)
Breno, que nunca está lá, mas sempre é lembrado!

Isso ai, não deixem a Ilha morrer.
Divertido demais comer aquela bomba (apesar das condições de higiene e do péssimo atendimento), jogar rock band e soulcalibur. Da próxima vez será Mario Party hein! Na casa do Breno!

Quando vai ser aquele lual mesmo?

*Sim, esse post foi bem estilo "piada interna". Tô até rindo por dentro.

Creep



Creep

Radiohead

When you were here before
Couldn't look you in the eye
You're just like an angel
Your skin makes me cry
You float like a feather
In a beautiful world
I wish I was special
You're so fucking special
But I'm a creep
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here.

I don't care if it hurts
I want to have control
I want a perfect body
I want a perfect soul
I want you to notice
When I'm not around
You're so fucking special
I wish I was special
But I'm a creep
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here.

She's running out again
She's running out
She run, run, run, run
Run.

Whatever makes you happy
Whatever you want
You're so fucking special
I wish I was special
But I'm a creep
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here
I don't belong here.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Na minha cabeça



Don't panic.

O relógio na parede parece estar congelado. Cada segundo dura uma hora. A professora fala, fala, fala... do que ela está falando mesmo? Nem sei. Eu estava sentado, meio deitado na cadeira, tentando manter os olhos abertos enquanto nos meus ouvidos a música tocava. Mas só eu ouvia. Eu queria muito ir embora. Daquela sala, daquela escola, daquela cidade.

Então uma buzina tocou lá fora. Eu nem ouvi, mas sei que tocou porque todos - inclusive a professora, que parou de falar - olharam para a janela.

Ela apareceu montada em uma moto. Estava segurando o capacete nas mãos mas ainda usava aqueles óculos antigos que parecem de natação. Tudo nela era diferente do resto da escola. Ao invés do uniforme recatado das alunas, uma jaqueta de couro grande demais. No lugar do rabo-de-cavalo comprido e bem comportado das outras garotas, um cabelo azul, cheio de pontas confusas. E pela cara que ela fez uma vez quando perguntei, tenho certeza que ela tem uma tatuagem. Só não sei onde.

Quando olhei pela janela ela acenou, encostada como estava na lambreta amarela. Me virei para a professora (que estava mudando em diversos tons de púrpura) e sem pensar de novo, tirei a gravata e pulei a janela. Subi na moto e sem dizer nada ela arrancou. Pra onde vamos? _ perguntei. Ela apenas olhou pra trás e sorriu. Corremos mais rápido que o vento e ela acelerou até que o mundo virasse um borrão e só existíssemos eu e ela.

A lua crescente laranja sorria no céu azul claro, guiando nós dois por uma estrada sem fim. Até que chegamos em um lugar perdido, um jardim de pés-de-tangerina onde ninguém ia nos achar. Lá nós descemos da moto e encontramos um velho monge careca que nos sorriu. Ele se levantou e disse coisas que não entendi. Então ela me estendeu o dedo e eu amarrei uma fita colorida nele. E foi lá que sob as benção de um velhinho de bigodes, nos casamos.

Debaixo de um figueira nos beijamos e, abraçados, vimos mil estrelas cadentes riscarem o céu, mas não fiz nenhum pedido, porque tinha tudo que queria. Só fiquei ali, abraçado com ela. Continuava ouvindo uma múscia mas ela também ouvia agora. O chão sumiu e tudo a nossa volta desapareceu. Estavamos flutuando em um espaço cheio de cores mutantes e um coral de tordos tocava rock'n'roll. Eu olhei no fundo dos seus olhos e vi as estrelas refletidas lá. Mas tudo foi ficando claro e eu acordei.

Continuava na sala. A professora continuava falando. Olhei pra fora, não havia ninguém lá. Mas até que foi divertido. Ela sorriu pra mim e nos casamos em minha cabeça. Foi melhor que escutar a professora falando.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Velhos desenhos

Na época de eu-menino, a televisão era bem melhor! Nada de efeitos especiais, ou essas coisas chics e empoladas. Era tudo do mau-feito, cheio de padrões e com animações instavéis. Mas ainda assim, era melhor =D

Muppet Babies



Eu me amarrava no rolf, o cachorro pianista. E até hoje imagino como é a babá, deve ser gatinha xP

Thundercats



Desenho mais mal feito! Mas foi um dos melhores que eu vi.

Get along gang (nossa turma)



Cara, esse marcou muito minha infância, mas eu nem lembrava do nome. Ô desenhinho piegas, mas eu não perdia nem um dia. Era fã daquele cachorro ou sei-lá-o-quê esportista.

Punky, a levada da breca


Olha essa música de abertura. Tem como ser mais "oitentista"? Nem duvido que seja a Cindy Lauper cantando!
Sinceramente eu preferia a série. Lembro do episódio em que o moleque loirinho, que eu esqueci o nome, ia pra escola fantasiado de Rambo, com músculos falsos. Fantárdido!

Cavalo de fogo



Outro desenho ridículo que eu não perdia. Eu sei que é de menina, mas não venham com essa, vocês também assistiam! Detalhe que a expressão do Cavalo de Fogo não muda Hauah. esses americanos sabem mesmo fazer uma animação.

Jaspion



HAuahauhauhauh Tokusatsu! Eu rio! Muito!

Caverna do Dragão



Esse desenho é massa, não dá pra contestar. Um verdadeiro clássico. Lembro que a globo ameaçava passar o último episódio e eu ficava com medo de não estar em casa e perder.

O fantástico mundo de Bob



Esse garotinho anatomicamente impossível é um dos personagens mais sensacionais ever! Ria muito do fanatismo da mãe dele por Elvis, do pai dele e o chapéu de elefante, o tio... Cara esse foi um desenho divertido!

Doug



Outro desenho emblemático. Era uma história simples, despretensiosa. Sem muita ação nem muito apelo visual. Era só a vida normal de um garoto meio tímido, apaixonado pela bela Patty maionese. Fã dos beats, novo na escola, amigo do Skeeter. Doug era demais!
Até tive um cachorro chamado costelinha.

Resumindo, minha infância foi muito sem noção.